Familiares e amigos de André Luiz Ribeiro Albertini, 22 anos, acompanharam na manhã desta sexta-feira o enterro do rapaz, conhecido como o travesti Andréa Albertini. O corpo dele foi enterrado às 10h15 no Cemitério Santa Lídia, no Jardim Santa Lídia, em Mauá.

"Esse é o pior momento da vida de uma mãe. Tudo aconteceu tão rápido que ainda não consigo acreditar que ele morreu", descreveu a mãe do travesti, Sonia Maria Ribeiro, 49 anos. "Ele era muito carinhoso com todos, estava sempre brincando. Para ele, não tinha tempo ruim", emendou o aposentado João Batista Domiciano, 55 anos, que se considera pai de criação do rapaz.

Albertini foi internado no Hospital Nardini, em Mauá, na última terça-feira (7) com sintomas de pneumonia e morreu ontem pela manhã. Seu atestado de óbito aponta como causa da morte uma neurotoxoplasmose, infecção no cérebro que geralmente acomete pessoas com baixa imunidade — ele era portador do vírus HIV.

O travesti se tornou figura pública depois de se envolver em uma confusão com o atacante Ronaldo, hoje jogador do Corinthians, em abril do ano passado. Segundo Célia Possar, 47 anos, professora de inglês de Albertini no Ensino Médio, o rapaz gostava da exposição pública que o caso lhe proporcionou. "Ele era tão vaidoso e exigente com ele mesmo que não gostou do resultado do filme", conta ela, referindo-se ao longa pornô "Ela é um Fenômeno".

Amiga de Albertini, Célia afirmou ter realizado um sonho do jovem. "Uma vez ele me disse: professora, desde pequeno o meu sonho é dormir na sua casa." Esse desejo foi concretizado no ano passado, três dias antes da Parada do Orgulho Gay de São Paulo. De acordo com Célia, Albertini estava contente, pois havia trocado a prótese de silicone.