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Cidade da Criança só tem três brinquedos funcionando
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
26/01/2010 | 08:05
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O então secretário de Educação de São Bernardo, Admir Ferro (PSDB), responsável pela reinauguração da Cidade da Criança em dezembro de 2008, critica duramente a atual administração, que deixou o parque fechado por mais de um ano e o reabriu dia 17 "pior do que estava".

O tucano, hoje vereador da oposição, visitou as instalações no fim de semana. Segundo Ferro, apenas três das 18 atrações do espaço estavam em funcionamento. "Nosso grupo deixou 16 atrações em perfeitas condições de uso", ressalta o parlamentar.

Ferro produziu relatório do que foi entregue por ele em 2008 e como estão os equipamentos hoje, além de criticar a mudança de perfil do local, que era para ter conceito educativo e passou a ser somente de lazer.
Na análise, o tucano cita que o fato de a Cidade da Criança ter ficado fechada por 12 meses, sem a manutenção necessária nos brinquedos, ocasionou a quebra da maioria das atrações. "O Teleférico, o Arborismo, o Espaço Construtor, o Memorial e o Chafariz, por exemplo, não estão em atividade porque não tiveram o tratamento adequado no período. O Trenzinho quebrou por falta de funcionário habilitado", pontua.

Outras atrações como os prédios da Prefeitura, da Câmara, do Fórum e da Imprensa - os quatro poderes, que seriam utilizados para disseminar cidadania - foram desativadas, e muitos dos móveis foram retirados do local. "A mesa do prefeito mirim, que é um patrimônio histórico e cultural, está numa secretaria do governo no Paço. Compramos 60 rádiocomunicadores e somente cinco estão com servidores do parque. Acabaram com a Cidade da Criança", enfatiza o vereador.

Admir Ferro observa ainda que na justificativa ao Ministério Público, de 27 de abril do ano passado, sobre os motivos para o fechamento do parque, a administração ressalta que há falta de funcionários, os brinquedos estão quebrados e há falta de acessibilidade.

"Pois bem, não há trabalhadores qualificados, as atrações diminuíram e os elevadores que estavam funcionando quando reinauguramos não estão mais. Reabriram sem solucionar o que criticaram", discorre o tucano, que estuda "medidas judiciais contra o Executivo, por onerar os cofres públicos". "Eles ficaram mais de um ano tentando terceirizar a Cidade da Criança, não conseguiram e reabriram de qualquer jeito."

O parlamentar frisa também que outro argumento utilizado pela Prefeitura para fechar o local foi a falta de verba destinada ao projeto. "Só não houve recursos porque não abriram. O parque seria usado por alunos da cidade gratuitamente de terça a sexta-feira e nos fins de semana seria cobrado ingresso (R$ 15) dos turistas. Calculamos 12 mil pessoas por fim de semana, o que arrecadaria R$ 9,3 milhões de bilheteria por ano, o suficiente para garantir o funcionamento do espaço", explica.


Por nota, a administração afirma que "a Cidade da Criança foi reaberta em 19 de dezembro de 2008, com utilização de recursos destinados à Educação, porém sem um projeto pedagógico que justificasse os investimentos". O Executivo salienta ainda que "o parque teve seus portões fechados já no dia seguinte por uma série de problemas estruturais e falta de pessoal qualificado para gerenciar as atrações" e que a atual gestão "reabriu o parque temático no dia 17 de janeiro em condições de uso, devolvendo a sua destinação original".




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