Os reatores de tipo VVER-1000 nos quais deverá ser reciclado o plutônio foram concebidos em princípio para funcionar com urânio enriquecido. É perigoso alimentá-los com plutônio de uso militar, advertiram Vladimir Kuznetsov, diretor da ONG russa Fundo Chernobyl, e Vladimir Sliviak, da organizaçao Defesa Ecológica, ao apresentar um informe sobre o assunto em entrevista à imprensa.

O acordo firmado no último dia 4 em Moscou pelos presidentes russo e norte-americano, em seu primeiro encontro desde a chegada de Putin à presidência, prevê que os dois países voltem a utilizar 34 toneladas de plutônio militar cada um em suas respectivas centrais nucleares civis.

O custo dessa operaçao, de US$ 1,7 bilhao para a Rússia, e US$ 4 bilhoes para os Estados Unidos, será em parte financiado pelos ocidentais.

``O objetivo de Moscou era obter a maior quantidade de dinheiro possível', opinou Sliviak. Entretanto, segundo o especialista, as instalaçoes nucleares russas nao estao preparadas para levar por bom caminho a transformaçao e utilizaçao do plutônio militar em condiçoes de segurança satisfatórias.

O risco de contaminaçao em caso de acidente com plutônio é de 2,5 a 3 vezes maior do que com um combustível clássico, adiantou.

Somente no ano passado, foram registrados 840 casos de violaçoes de normas de segurança nas centrais nucleares russas, assinalou Kuznetsov.