Durante a infância é preciso brincar e estudar para desenvolver o corpo e a mente de maneira saudável. Quando a criança trabalha não tem tempo para isso. Dependendo do emprego, pode se machucar, ficar muito estressada e ter problemas quando se tornar adulta.
O desenvolvimento físico e emocional e o desempenho escolar também são prejudicados. Quem trabalha, em geral, abandona os estudos. Por isso, no futuro, terá dificuldade para encontrar bom emprego e lutar pelos próprios direitos. Poderá até se envolver com criminalidade, álcool e drogas com mais facilidade.
Há várias formas de trabalho infantil, como aquelas em que os jovens pedem esmolas, vendem produtos e limpam vidros de carros nas ruas. Entretanto, é na agricultura que são mais explorados. Cerca de 36% das crianças que trabalham estão em sítios e fazendas.
Tem ainda o trabalho doméstico, no qual fica-se em casa para cuidar dos irmãos mais novos, limpar cômodos, lavar e passar roupas e fazer comida. Em 2009, mais de 4 milhões de jovens entre 5 e 17 anos trabalhavam no Brasil.
Entretanto, existem tarefas que podem e devem ser feitas na infância, como arrumar a cama, jogar o lixo no local correto, lavar o prato e o copo, entre outras formas de ajudar os pais. Nada disso é considerado trabalho infantil. Por meio dessas tarefas aprende-se a ter limites e obrigações. Afinal, é importante descobrir que na vida há regras e responsabilidades, além de brincadeiras.
Exploração antiga
Acredita-se que o trabalho infantil já existia há 4.000 anos no Egito. Durante a Revolução Industrial, no século 19, as famílias passaram a buscar emprego nas fábricas. Naquela época, os trabalhadores não tinham direitos e ganhavam pouco. Apenas uma pessoa empregada não conseguia sustentar a casa. Por isso, os pais colocavam os filhos para trabalhar. Também acreditavam que o emprego os afastava de coisas erradas.
A situação das crianças era muito ruim. Em geral, trabalhavam em ambientes sujos e escuros até 18 horas por dia. Às vezes, não tinham intervalo para se alimentar. Muitas se machucavam gravemente.
As indústrias preferiam empregar os mais novos porque o salário era menor. Quando saiam das fábricas, as crianças não conseguiam trabalhos melhores, pois não tinham estudado.
Brincar é importante!
Brincar é superimportante para desenvolver o corpo e a mente. Ensina a conviver com as outras pessoas, ser organizado e respeitar regras. Além de legais, as brincadeiras feitas fora de casa, como amarelinha e pega-pega, nos deixam saudáveis.
Fingir ser adulto e imitar os pais, por exemplo, é natural e divertido. É modo de se preparar para enfrentar os desafios do futuro.
Em geral, meninas brincam de boneca, casinha e escolinha. Já os meninos curtem atividades que envolvam força, carrinhos e super-heróis. Mas não tem problema se a garota gostar de jogos de garoto e vice-versa. Afinal, brincar é uma das formas de a gente mostrar o que sente e criar o mundo que quiser.
Saiba mais
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), criado em 1990, proíbe que jovens com menos de 16 anos trabalhem. Apenas quem tem entre 14 e 16 anos pode ser aprendiz em empresas, comércios e repartições públicas. Nesses casos, trabalha até seis horas por dia e precisa fazer cursos profissionalizantes e frequentar a escola.
O jovem entre 16 e 18 anos pode trabalhar, mas não deve ser submetido a atividades perigosas, noturnas ou que prejudiquem a saúde. Quando as regras são desrespeitadas é preciso denunciar para os Conselhos Tutelares, Delegacias do Trabalho, entidades sociais, Promotorias da Infância ou no Disque-denúncia: 100.
Hoje (1°) é celebrado o Dia do Trabalho. Saiba como a comemoração surgiu no Blog do Diarinho (www.blogdiarinho.blogspot.com).
Fábio Alves Lacerda, 6 anos, de São Bernardo, quer ser piloto de automobilismo quando crescer, mas nem pensa em exercer a profissão agora. "Não posso trabalhar. Tenho de ir à escola, brincar e fazer esportes." No entanto, o menino gosta de ajudar em casa. "Seco os talheres e levo o lixo para fora."
Consultoria de Ariel de Castro Alves, presidente da Fundação Criança de São Bernardo, e da psicóloga Angela Letícia dos Santos
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