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Juros vão cair de novo este ano, diz Dirceu
Do Diário OnLine
04/12/2003 | 15:13
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O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, disse nesta quinta-feira, durante o seminário ‘Desenvolvimento com distribuição de renda. Este é o nosso desafio’, em Brasília, que a taxa básica de juros deve cair em dezembro, na última reunião do Comitê de Política Econômica do Banco Central (Copom) do ano. Em novembro, a Selic foi reduzida de 19% para 17,5% ao ano.

“Os juros estão em 17,5% e devem cair em dezembro porque ainda temos mais reunião do Copom”, afirmou Dirceu. “Não vou dizer como, só o Banco Central é que sabe”, continuou, sem especular sobre qual seria o percentual de reajuste. Para ele, a prática dos juros altos fez com que muitos brasileiros deixassem de investir na produção para viver de renda.

Na opinião de Dirceu, o Brasil precisa chegar a uma taxa de juro real (a Selic menos inflação) “civilizada” - hoje, a taxa está na casa dos 12,5%.

“Temos que reduzir os juros cada vez mais até entrarmos no juro real civilizado, entre 6% e 8%, ou entre 3, 4, 5, 6, dependendo da situação do país. Mas se quisermos ter juros baixos, temos que criar as condições para isso. Não há passe de mágica’, declarou.

Balanço - No geral, José Dirceu fez um balanço positivo e disse que o governo Lula conseguiu alcançar muitos objetivos ao longo de seu primeiro mandato. "Fizemos mais do que era possível". As maiores vitórias relatadas foram no setor econômico. Ele destacou o combate à inflação, que fez com que o IPCA caminhasse para uma taxa de 9% este ano e com perspectiva de ficar entre 5% e 6% em 2004.

Além disso, o ministro comentou a redução na volatilidade na taxa de câmbio e sua estabilização em um patamar entre R$ 2,90 e R$ 2,95. Segundo Dirceu, o Brasil deverá fechar 2003 com um superávit em transações correntes entre US$ 2 bilhões e US$ 2,5 bilhões.

Apesar do cenário positivo desenhado, Dirceu reconheceu, entretanto, que o forte ajuste feito pelo governo em 2003 comprometeu o crescimento econômico do país. "O crescimento econômico não passará de 1% este ano", lamentou.

José Dirceu declarou ainda que, nesse primeiro ano, o governo se dedicou a reorganizar o marco regulatório para permitir a retomada dos investimentos. "Vivemos uma situação completamente absurda. Ao mesmo tempo que precisamos de investimentos em infra-estrutura no país, não temos regras claras, não temos marcos jurídicos claros". Ele destacou que os investimentos em infra-estrutura serão feitos por meio de parcerias entre o governo e a iniciativa privada.




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