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Rússia suspeita de ato terrorista na tragédia do 'Kursk'
Do Diário OnLine
Com agências
24/08/2000 | 13:46
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A Justiça da Rússia anunciou nesta quinta-feira a abertura de uma investigaçao oficial sobre o acidente com o submarino "Kursk", no dia 12 de agosto, que provocou a morte dos 118 marinheiros que estava a bordo. Segundo informaçoes dos serviços secretos russos, dois cidadaos da República do Daguestao, que também estavam a bordo, serao investigados sob suspeita de ato terrorista.

A afirmaçao foi feita pelo chefe da FSB (ex-KGB), Nikolai Patruchev, em entrevista ao canal de televisao NTV. Esta é a primeira vez que uma autoridade russa admite oficialmente que a tragédia pode ter sido provocada por terroristas.

Os dois suspeitos, um civil e um militar que nao faziam parte da tripulaçao, trabalhavam para uma empresa do Mar Cáspio, segundo Patruchev, que nao deu maiores informaçoes sobre o assunto.

``Desde o primeiro dia começamos a buscar informaçoes sobre eles, mas nao ainda dispomos de nenhum elemento que permita pensar que estejam envolvidos no acidente', declarou o chefe dos serviços secretos à televisao.

Dias depois do acidente, o porta-voz checheno Movladi Udugov garantiu que o acidente com o submarino foi provocado por uma sabotagem de um membro da tripulaçao chamado de Sirayudín Ramazanov, vindo do Daguestao e partidário da causa chechena. O nome, no entanto, nao constava na lista de tripulantes do "Kursk".

``Há várias versoes divulgadas pela imprensa sobre o naufrágio do Kursk, mas há outras sobre as quais ainda nao é possível falar', disse Patruchev.

O anúncio de abertura de um inquérito para investigar o acidente foi feito nesta quinta-feira pelo promotor Vladimir Ustinov.

Luto - Algumas das famílias dos 118 marinheiros do ``Kursk' aceitaram nesta quinta-feira, pela primeira vez, participar de uma cerimônia de adeus a seus parentes.

Mais de 150 pessoas embarcaram no navio ``Klavdia Elanskaya' para participar de uma cerimônia, conforme a tradiçao da Frota, no local onde o submarino nuclear naufragou, a 108 metros de profundidade, no Mar de Barents, segundo o porta-voz da Frota do Norte, Vladimir Navrotski.

Vários médicos e psicólogos também estavam a bordo.

Segundo a imprensa, representantes oficiais devem acompanhar as famílias ao local da tragédia, para lançar flores ao mar, em nome do presidente russo Vladimir Putin, do governo e do ministério da Defesa.

Muitas das famílias dos tripulantes do ``Kursk' se negaram a participar da cerimônia, alegando a possibilidade de ainda haver sobreviventes, enquanto todo o interior do submarino nao tiver sido inspecionado.

Antes de sair ao mar, as famílias participaram de uma cerimônia, curta mas muito emocionante, em memória da tripulaçao do submarino em Vidiayevo (noroeste da Rússia).

Na véspera, dia nacional de luto pelas vítimas do ``Kursk', o presidente Putin passou pelo constrangimento de ver uma cerimônia, também em Vidiayevo, ser anulada, já que boa parte das famílias das vítimas se negou a participar.

O presidente russo assumiu na ocasiao sua ``plena responsabilidade' na tragédia do ``Kursk', gesto bem recebido pela imprensa russa, que após o acidente publicou severas críticas, chamando a atençao do público para sua frieza em relaçao ao caso.

Em Moscou, o ministro russo de Defesa, Marechal Igor Sergueyev, anunciou que as primeiras conclusoes sobre as causas do acidente serao conhecidas em dois ou três dias, com base nos dados registrados por satélites.




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