Economia Titulo Veículos
Vendas financiadas de carros encolhem no Grande ABC

De janeiro a novembro, retração foi de 7,7% na região, enquanto no País ritmo de redução foi menor: 5,9%

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
23/12/2014 | 07:18
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André Henriques/DGABC


As vendas financiadas de veículos no Grande ABC caíram de forma mais intensa do que no restante do País. Enquanto na região os financiamentos de automóveis e comerciais leves (picapes e utilitários esportivos), de janeiro a novembro, encolheram 7,7% em relação ao que foi vendido a prazo no mesmo período de 2013, em todo o País a retração foi de 5,9%. Foi o que apontou a Cetip, que opera o Sistema Nacional de Gravames, base integrada de informações que reúne o cadastro de restrições financeiras de veículos dados como garantia em operações de crédito em todo o Brasil.

A redução nos financiamentos reflete, na avaliação do gerente de relações institucionais da Cetip, Marcus Lavorato, a situação macroeconômica de baixo crescimento, aliada à renda da população que não cresceu e à falta de confiança do consumidor, que atingiu o menor nível desde 2008. Ele cita ainda que outros fatores influíram, neste ano, no volume de contratos, como os jogos da Copa do Mundo. “Em dia de jogo do Brasil havia um terço a menos de negócios”, diz.

Nos sete municípios, os financiamentos de carros usados caíram em ritmo semelhante aos de novos. Enquanto estes últimos tiveram diminuição de 7,8%, os usados se reduziram 7,4% nos primeiros 11 meses do ano ante igual período de 2013. Por sua vez, as vendas a prazo de usados ficaram praticamente estáveis, com queda de apenas 0,5%. Já as de zero-quilômetro caíram 10,6%.
Pelo fato de a região ser polo automobilístico e as montadoras terem adotado várias ferramentas para se adequar aos altos estoques – que chegaram, em novembro, a 42 dias para a comercialização dos veículos parados nos pátios e concessionárias –, como lay-offs (suspensão temporária de contratos de trabalho), licenças remuneradas e PDVs (Programas de Demissão Voluntária), o Grande ABC sentiu mais o impacto na demanda. “A região está sofrendo porque tem contingente de trabalhadores ligado à indústria automobilística e a apreensão do consumidor com a perda de emprego é grande”, disse o presidente do Sincodiv-SP (Sindicato das Concessionárias e Distribuidoras de Veículos no Estado de São Paulo), Octavio Vallejo.

Lavorato lembra ainda que a Grande São Paulo tem um mercado mais consolidado, em que a relação veículo por habitante está mais próxima de países desenvolvidos, com média próxima de dois habitantes por veículo.

O mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves novos (incluindo as compras à vista) de janeiro a novembro encolheu 8,1%, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos), mas Lavorato destaca que as vendas financiadas representam 62% do total negociado. 




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