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Perigos da gastrite
Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
24/08/2008 | 07:00
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Uma sensação incômoda no estômago, que dá queimação e dor de cabeça. É normal pensar que tratam-se de sintomas de gastrite, o que é um engano. A doença é muito mais complexa do que isso e, se não cuidada, pode virar câncer. Ter alguns cuidados na alimentação e fazer exames de rotina podem ser parte dos aliados para evitar o problema.

O professor de Gastroenterologia da Unicamp e presidente de honra do Núcleo Brasileiro para o Estudo do H.Pylori, Schilioma Zaternka, explica que existe apenas dois tipos de gastrite: a aguda e a causada pela bactéria Helicobacter Pylori.

A mais perigosa, segundo ele, é esta última. "Cerca de 80% dos indivíduos que estão infectados pela bactéria, não sentem nada. Por isso, somente um exame pode constatá-la", explica.

A bactéria é contraída, geralmente, por crianças de até os 2 anos, por meio de via oral ou em contato com locais ou objetos infectados por fezes humanas.

Se não cuidada, segundo Zaterka, a H.Pylory provoca alterações crônicas na mucosa gástrica que podem comprometer as células e ocasionar o câncer. "Mas existem diversos métodos para tratá-la, o que reduz este risco."

O médico diz que o processo de eliminação é simples e dura de sete a dez dias com a ajuda de medicamentos.

Outros fatores que podem predispor ao câncer são os hábitos alimentares. Produtos defumados, carne vermelha e a ausência da ingestão de verduras e frutas frescas são alguns dos vilões do estômago.

Engano - Wilson Roberto Catapani, professor titular de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina do ABC, diz que a gastrite nervosa não existe. "O nervosismo não provoca a doença. O que causa são alguns sintomas como empachamento na região do estômago, mas isso é de decorrência psicológica."

Já a patologia mais aguda ocorre em razão de agentes externos como álcool, tabagismo e medicamentos, além de uma alimentação pouco saudável. O tratamento geralmente é feito com antiácidos.

Dados
Cerca de 90% a 95% dos tumores gástricos são malignos. A maioria deles (65%) ocorre após os 50 anos de idade. 

Entre os homens, este tipo de câncer é o segundo mais incidente nas regiões Norte e Nordeste, ocupando o terceiro lugar nas regiões Centro-Oeste e Sul e quarto lugar na Sudeste.

Na região Sul é onde se observa a maior incidência no Brasil, em ambos os sexos.

Dicas
Faça todas as refeições com calma e respeite os horários delas. Estabelecer um período de intervalo contínuo também é uma opção.

Prefira ingerir pequenas quantidades de comida do que de uma vez em excesso. Assim, o estômago trabalha aos poucos e melhor.

O cigarro, além de diversos problemas de saúde, principalmente nos pulmões, auxilia no desenvolvimento da gastrite. Portanto, evite-o.

Controle a ingestão de bebidas que contenham cafeína ou as alcoólicas.

Mastigue bem os alimentos. Isso colabora para facilitar a digestão.

Prefira frutas, verduras e carnes magras, evite alimentos gordurosos, embutidos, enlatados e em conserva.

Procure um médico caso apresentar azia, má digestão e sensação de estômago cheio após se alimentar.




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