Economia Titulo Atividade econômica
Quarto maior PIB está aqui

Comparada com as cidades que mais produziram riquezas
em 2012, região mantém posição após gerar R$ 87,094 bi

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
12/12/2014 | 07:16
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Divulgação


O Grande ABC gerou R$ 87,094 bilhões de PIB (Produto Interno Bruto) em 2012, a preços daquele ano. Se comparada apenas com as cidades brasileiras, a região continuou na quarta posição nacional e segunda estadual. Porém, na comparação com 2011 houve recuo, descontada a inflação, de 6,6%.

De acordo com informações divulgadas ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a Capital foi a cidade com o maior PIB em 2012 (dado mais recente), totalizando R$ 499,375 bilhões. Em seguida aparecem Rio de Janeiro, com R$ 220,924 bilhões, e Brasília, com R$ 171,235 bilhões. Todas apresentaram queda real nos montantes, na comparação com 2011, e portanto mantiveram as posições no ranking nacional. Curitiba, dona da quarta posição (o Grande ABC não entra no ranking oficial por ser região, e não município), porém, ganhou mais terreno ao aumentar seu PIB, nominalmente, em R$ 1,06 bilhão, enquanto as sete cidades, juntas, diminuíram em R$ 1 bilhão.

Diretor do MBA da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado), Tharcisio Souza Santos avaliou como muito positiva a quarta posição do Grande ABC em relação aos maiores PIBs municipais do País, principalmente porque evidencia o desenvolvimento constante da economia regional. “O Grande ABC congrega enorme número de empresas bastante importantes na área da indústria. É o berço automotivo do País e ainda conta com vasto ramo de autopeças. O setor industrial é o principal fator de desenvolvimento, agrega valor e produz muitos empregos”, destacou. “Por outro lado, estamos começando a assistir mudança no perfil (do Grande ABC) para uma região de serviços (com PIB superior à indústria atualmente). Esse é o processo de desenvolvimento das principais economias do mundo.”

MAIS FORTE - São Bernardo ocupou a melhor posição no ranking nacional de produção de riquezas dos municípios na região. Segundo a publicação do IBGE, garantiu o 16º lugar após gerar, em 2012, R$ 34,185 bilhões.

Em 2011, a situação do município que reúne cinco das seis montadoras do Grande ABC também ocupava a melhor posição, a 14ª em atividade econômica. Em preços correntes, registrou R$ 36,473 bilhões. Com a correção da inflação para comparação com 2012, considerando o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado em 5,83%, o valor saltou para R$ 38,602 bilhões, portanto, redução real de 11,44% na comparação entre os anos.


Sto.André, S.Caetano e Mauá ganham colocações

Diferentemente de São Bernardo, Santo André melhorou uma posição na lista das cidades que mais geraram PIB (Produto Interno Bruto) no País. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicou ontem, o município acumulou em 2012 R$ 18,085 bilhões. Isso foi o suficiente para colocá-lo na 32ª posição.

Em 2011, a preços correntes, a atividade econômica andreense foi de R$ 17,664 bilhões. Com isso, figurava o 33º lugar do ranking. Aplicada a correção monetária, com o desconto do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), 2012 registrou queda de 4,39% ante 2011.

São Caetano apresentou acréscimo real de 0,31% em sua produção de riquezas e ficou em 47º lugar nacional, com R$ 12,620 bilhões em 2012. No ano anterior, o município havia garantido a 48ª posição no ranking. Mauá também subiu um degrau na escada das cidades com as maiores atividades econômicas; passou de 79º, em 2011, para 78º, em 2012, com R$ 7,863 bilhões, porém, com decréscimo real de 2,1%.

Diadema, por sua vez, contrariou a lista e caiu da 47ª para a 54ª, com R$ 11,645 bilhões, recuo real de 6,49%.


Indústria puxa para baixo a atividade

A indústria foi a protagonista para a queda real de 6,6% no PIB (Produto Interno Bruto) do Grande ABC em 2012, quando registrou R$ 87,094 bilhões, a preços daquele ano.

De acordo com a publicação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o setor industrial apresentou redução real – com desconto da inflação do período – de 17,61%. Em 2012, as empresas industriais foram responsáveis pela produção de riquezas, em valores monetários, de R$ 20,902 bilhões. No ano anterior, foram R$ 25,371 bilhões.

Aquele foi um ano com muita influência do câmbio, destacou o coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, Sandro Maskio. “A moeda não passava da margem de R$ 2. Isso prejudicava a concorrência com produtos importados”, observou.

Basicamente muitas empresas da região sofreram, na época, com o real valorizado, que deixava principalmente os produtos asiáticos bem mais baratos do que os produzidos na região. À época, inclusive, a equipe do Diário publicou por algumas vezes a insatisfação dos empresários, que observavam os sistemistas adquirindo peças chinesas em vez de optar por itens de fornecedores da região.

Pelos números do IBGE, comprova ainda mais o fator indústria como prejudicial ao PIB o resultado do setor de serviços, que atingiu R$ 38,55 bilhões em 2012, queda real de apenas R$ 1,49%.

Emparelhando os resultados, e aplicada a inflação, a indústria produziu R$ 4,46 bilhões a menos em 2012, e o setor de serviços, R$ 583 milhões.


Grande ABC corre risco de registrar quatro quedas seguidas

A região deverá ter queda real no PIB (Produto Interno Bruto) pela quarta vez seguida em 2014, estimou o coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, Sandro Maskio. “A tendência é de queda, após ler alguns indicadores da economia que já foram publicados.”

Em 2011, a economia regional teve decréscimo real da ordem de 2,92%. Em 2012, conforme publicou ontem o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o tombo foi de 6,6%. No fim de 2013, o iABC (Indicador de Comportamento do PIB do Grande ABC), do Observatório Econômico, apontava recuo de 5,7%. Para 2013, o índice direciona para -0,41%.

“O objetivo do indicador não é acertar, mas mostrar a trajetória. Em 2014, o emprego na indústria caiu, a exportação diminuiu e o crédito estagnou. Não há mais indicadores que mostrem o contrário”, disse Maskio. 




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