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Dirceu 'convoca' militância da região
Regiane Soares
Do Diário do Grande ABC
03/07/2004 | 19:00
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O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, conclamou a militância petista do Grande ABC para participar das eleições municipais porque ele mesmo, como membro do partido, não vai ter medo de sair às ruas. "Podem colocar a estrela no peito, erguer a cabeça e ter orgulho dos prefeitos do PT. Não se deve levar desaforo para casa. Não quero eleição com baixaria, mas se me chamarem para a briga, vão ter briga... Recurso financeiro é importante, mas acima de tudo precisamos da militância", afirmou o ministro, que neste sábado esteve em São Caetano.

Dirceu participou de um encontro promovido pela macrorregião do PT no Grande ABC para discutir um programa de governo regional. Com exceção do vice-prefeito de Mauá, Márcio Chaves Pires (PT), que disputa a sucessão municipal, todos os candidatos a prefeito pelo PT da região estiveram na reunião. O vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Luiz Carlos da Silva (PT), o Professor Luizinho, e o presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, também prestigiaram o evento.

O candidato a prefeito pelo PT de São Caetano, vereador Hamilton Lacerda, entregou ao ministro camisas dos dois times de futebol da região: o São Caetano, campeão paulista, e o Santo André, que na semana passada conquistou a Copa do Brasil. "O ABC é bom de política, bom de PT e bom de futebol", afirmou Lacerda. Dirceu vestiu a camisa do Santo André, mas nas duas tinha o seu nome escrito atrás.

O ministro reconheceu a importância do PT na história do Brasil, e recordou o fato de o partido ter nascido no Grande ABC. "Se hoje governamos cidades importantes, e principalmente o Brasil, é porque nós construimos o PT, um partido de militância e democrático", disse aos mais de 800 petistas que participaram do evento, segundo os organizadores.

Orientação – O ministro disse que o PT não deve se preocupar com o fato de não ter conseguido realizar na região o mesmo arco de aliança que apóia o governo federal. "Nós buscamos alianças para ampliar apoio, mas também sabemos vencer as eleições com alianças menores. Não vejo que isso seja problema para o PT", afirmou Dirceu, ao destacar que os candidatos petistas têm argumentos para dialogar com os eleitores, de apresentar à sociedade o que foi feito pelos atuais administradores.

Dirceu fez questão de ressaltar que estas eleições são municipais, pois, segundo ele, tem muitas pessoas querendo federalizar a disputa. "Essa eleição é municipal, para prestar contas à sociedade sobre o que fizemos em nossos governos... E os governos municipais da região têm o que apresentar para o povo sobre as nossas realizações", afirmou. "Os nossos adversários dizem que querem discutir o Brasil. Não tenho medo desse debate. Podem comparar. Porque, se for discutir o governo municipal, de Diadema, de Mauá, se for comparar com os governos que nossos adversários fazem, nós vamos ganhar a eleição", completou.

Dirceu falou por mais de uma hora sobre diversos temas. Destacou algumas das ações do governo federal, e pediu aos candidatos para não confundirem o governo com partido. Ele também não poupou críticas ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e fez comparações entre a atual administração petista e o governo tucano anterior.

Segundo o ministro, em apenas 18 meses, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva investiu duas vezes mais em saneamento básico do que os tucanos em oito anos de administração. Foram R$ 4,6 bilhões investidos por Lula, contra R$ 2,3 bilhões repassados por Fernando Henrique. "E vamos investir mais R$ 3 bilhões por ano a partir de agora. Além disso, a Caixa Econômica Federal vai repassar mais R$ 4,9 milhões às empresas estaduais de saneamento. Isso significa que em dez anos o Brasil pode resolver o problema de saneamento", afirmou.

O ministro também defendeu a política econômica do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, mas admitiu que é necessário mudar o modelo econômico para que o Brasil volte a crescer. Dirceu acredita que é necessário que a taxa de juros caia para que viabilize um crescimento "sem aventura". "Temos de ter responsabilidade", disse.




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