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Câmara volta a discutir pauta próxima semana
Do Diário do Grande ABC
07/04/2000 | 15:50
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O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), reunirá o colégio de líderes na próxima terça-feira para definir a agenda de trabalhos legislativos dos próximos meses.

Com a aproximaçao do final do primeiro turno de votaçao da reforma do Poder Judiciário, ele pretende dar prioridade à votaçao da reforma tributária a partir do dia 17 de abril.

Temer disse que daqui para a frente conduzirá pessoalmente as negociaçoes da reforma tributária com os líderes e com o governo. Ele considera possível um entendimento que permita a conclusao da votaçao até o final de junho. "Vamos levar ao plenário a reforma que seja possível", afirmou o presidente da Câmara.

A tarefa nao será fácil. Os líderes governistas consideram muito remotas as chances de um acordo que possibilite a votaçao. O líder do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA), já avisou que depois de terminada a votaçao da reforma do Poder Judiciário concentrará suas atençoes nas articulaçoes para a definiçao de candidatos nas eleiçoes dos municípios de sua base eleitoral.

O líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), avalia que ainda existe uma distância muito grande entre a proposta aprovada na comissao especial e os interesses da equipe econômica do governo. "Nao acredito que seja possível votar a reforma tributária em curto prazo", afirma Oliveira.

O presidente da Câmara observa, no entanto, que esse pessimismo também ocorreu em relaçao a outras matérias, como a própria reforma do Judiciário, mas foi possível aparar as arestas, possibilitando a votaçao. "Mas a reforma tributária é diferente porque bole no bolso, a parte mais sensível do ser humano", contrargumenta Oliveira, dizendo que obteve informaçoes de que a Uniao poderia perder até R$ 50 bilhoes com a reforma, quando todos esperavam que fos se neutra.

O relator da Reforma Tributária, deputado Mussa Demes (PFL-PI), disse que está aguardando um sinal do presidente da Câmara para retomar as negociaçoes. Ele lembrou que o Ministério da Fazenda até hoje nao se pronunciou sobre a emenda aglutinativa negociada pela comissao especial da Câmara com os secretários estaduais de Fazenda, o que indicaria um desinteresse do governo na negociaçao.

O Ministério da Fazenda havia informado que até o final da semana passada estaria encaminhando à Câmara um documento com comentários e sugestoes, na forma de um texto legislativo, a ser negociado nas discussoes do Plenário. Mas o documento, a cargo do secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, ainda nao foi concluído.




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