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Fabricantes de cimento vao manter desempenho
Do Diário do Grande ABC
06/06/1999 | 18:32
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O mercado brasileiro de cimento deve manter-se este ano em torno de 40 milhoes de toneladas, repetindo o desempenho do ano passado. O crescimento no primeiro quadrimestre foi de apenas 1%, o que indica que o faturamento do setor deve ficar ao redor de US$ 2 bilhoes.

Enquanto a demanda permanece estável, a oferta continua crescendo com a entrada de novos fabricantes nacionais e estrangeiros. A concorrência provocada pela oferta maior que a demanda está segurando os preços, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento.

As empresas nao conseguiram repassar para o consumidor o reajuste de 30% do óleo combustível desde o início do ano. O reajuste de 12% da energia elétrica em abril também nao foi repassado e o sindicato estima que o aumento necessário para recompor os preços seria de pelo menos 50%.

"As empresas deverao fazer o repasse gradual ao longo deste ano", afirma o secretário-executivo do sindicato, Joao Batista Menescal Fiuza. Atualmente o saco de 50 quilos de cimento chega ao consumidor por cerca de R$ 6, mas há várias novas marcas mais baratas entrando no mercado. Os fabricantes de cimento composto, que utilizam resíduos de usinas siderúrgicas na composiçao do produto, já representam 15% do mercado, segundo o sindicato.

Outra mudança registrada é a queda da participaçao do segmento de autoconstruçao. Nos anos 80, com a recessao e a falta de investimentos em grandes obras de infra-estrutura, os pequenos consumidores aumentaram a participaçao nas vendas, que tradicionalmente era de 40%.

Com o impulso de consumo após o Plano Real, a participaçao chegou a 60%. Segundo o sindicato das indústrias do setor, a participaçao relativa voltou a cair e situa-se hoje ao redor de 50%, graças à retomada dos investimentos em infra-estrurura, como a construçao de estradas, por exemplo.

Concorrência - Entre os novos fabricantes que entraram no mercado nos últimos anos estao o grupo francês La Farge, que comprou várias fábricas no País e a empresa suíça Holdercim, que adquiriu a Cimento Portland Paraíso, em 1996, por US$ 300 milhoes. Em 97, a Camargo Corrêa comprou a Cimento Cauê, por US$ 400 milhoes. A Cimpor, de Portugal, comprou as fábricas do Grupo Serrana, da Bunge y Borne, por R$ 390 milhoes.

A Cemex, do México, terceira maior empresa mundial do setor, também está interessada no mercado brasileiro e já instalou um terminal portuário em Manaus para distribuir produto importado a granel nas Regioes Norte e Nordeste. O Grupo Votorantim domina 40% do mercado, seguido pelo Grupo Joao Santos com 11% de participaçao, e a Holdercim, com 9%.




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