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Redução de imposto não baixará preço da gasolina
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
28/09/2011 | 07:28
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Claudinei Plaza/DGABC


A decisão do governo federal de reduzir a Cide (imposto cobrado sobre a comercialização e a importação de petróleo, gás natural e derivados) em R$ 0,04, publicada ontem no Diário Oficial, não vai deixar a gasolina mais barata na bomba.

Pelo contrário, a diminuição do valor cobrado, que passa de R$ 0,23 para R$ 0,19, tem o intuito de evitar aumento no preço do combustível, já que a partir de sábado, dia 1º, o percentual de etanol anidro na gasolina cairá de 25% para 20% e, portanto, será necessária quantidade maior do combustível puro.

"A nossa expectativa é de que essa medida do governo vise salvaguardar o consumidor de eventuais repasses do aumento no preço da gasolina importada para a bomba", afirma o diretor-secretário da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes, José Hernandes.

Ele se refere ao fato de a Petrobras estar importando gasolina para dar conta do aumento da demanda interna que, no caso do combustível, só no primeiro semestre cresceu 10%.

Para se ter ideia, durante todo o ano passado foram importados 2,5 milhões de barris de gasolina. Neste ano, até o momento, já foram trazidos do Exterior 3 milhões de barris e foram encomendados mais 600 mil, conforme anunciou anteontem o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Ele estimou, ainda, que a companhia deve encerrar 2011 com média de importação diária de 30 mil barris do combustível, ante 7.000 em 2010. O consumo nacional de gasolina, de acordo com a estatal, está em torno de 400 mil barris por dia.

Com esse cenário, deve-se levar em conta o fato de que boa parte do combustível consumido é comprada em dólar, que vem se valorizando há cerca de dez dias. Ontem, encerrou o pregão cotado em R$ 1,80 (do início do ano até agosto o câmbio se manteve na casa do R$ 1,60). A Petrobras não informa o preço da gasolina importada por motivos comerciais e nem comenta a redução da Cide. Afirma apenas que desde junho de 2009 o combustível é vendido às distribuidoras por R$ 1,05 (sem os impostos).

De acordo com o presidente do sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMRR, Toninho Gonzalez, era aguardado aumento no preço do combustível ainda nesta semana, devido à redução do percentual de mistura de etanol na gasolina. "Esperamos que, com a medida, o aumento seja revisto. Até porque os preços, tanto da gasolina como do etanol já estão impraticáveis."

A gasolina é vendida em média por R$ 2,79 no Grande ABC - no mesmo período do ano passado, eram cobrados R$ 2,29 por litro. O etanol, que segundo Toninho, sobe toda semana, é encontrado por R$ 1,89 - nessa época em 2010, era cobrado R$ 1,29.

 




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