"As alternativas clássicas são parceria, venda, investimento e deixar as apólices vencerem. Ainda estamos avaliando", disse Portella, em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
A decisão de dar um novo destino para a carteira de seguros de grandes riscos não vem de hoje, segundo o executivo. Ele explica que a participação de mercado da SulAmérica neste segmento não estava de acordo com o objetivo da companhia e que, para crescer, teria de investir em detrimento de outros segmentos, nos quais a seguradora tem mais expertise e presença.
Ao vender a carteira de grandes riscos, caso seja essa opção escolhida pela SulAmérica, a seguradora vai em linha com o movimento do Itaú Unibanco, que vendeu seu ativo para a Ace, e de outras companhias que estão tirando o pé deste segmento. Carlos Alberto Trindade Filho, vice-presidente da SulAmérica, disse que esse negócio tende a ficar nas mãos de grupos especializados e resseguradoras (que dividem o risco de grandes apólices com seguradoras).
"A carteira de grandes riscos não tem problema, mas um resultado mais volátil. Quando se tem um sinistro, há uma perda maior de capital", destacou Trindade Filho, durante palestra em evento para analistas e investidores.
Segundo ele, a SulAmérica tem um foco bem definido no médio risco, uma vez que não quer estar exposta a grandes fábricas, siderúrgicas, grandes usinas. No passado, duas apólices bilionárias da companhia, uma da hidrelétrica de Jirau e outra de um terminal portuário da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), resultaram em brigas judiciais.
Aquisições
Sobre possíveis áreas que receberiam mais atenção da SulAmérica, Portella diz que como uma seguradora multilinha, vai investir nas principais áreas de atuação que incluem saúde, automóvel, capitalização. Há apetite, segundo o presidente da seguradora, para aquisições no segmento odontológico, no qual a companhia está sempre avaliando oportunidades.
Portella destacou, porém, que a estratégica não-orgânica da SulAmérica é seletiva e prioriza a rentabilidade. Em odonto, por exemplo, os ativos estão "caros", o que faz com que a companhia continue apenas no campo da análise. Diferente de quando comprou a Dental Plan, em 2010, quando precisava criar expertise neste segmento, agora, a aquisição precisa gerar valor adicional ao crescimento orgânico.
"Tínhamos 100 mil vidas e compramos uma empresa com mais 140 mil vidas. Hoje são 600 mil vidas em seguro odontológico. Não buscamos somente o crescimento", destacou ele, que também participou do 4º AnalistDay da SulAmérica.
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