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Aposentados fazem passeata contra fechamento do clube da GM

Principal queixa dos associados é que montadora não esclareceu motivo da decisão

Daniel Tossato
Especial para o Diário
27/11/2014 | 07:20
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Manifestação realizada pelos associados da ADC GM (Associação Desportiva Classista General Motors) ocorreu ontem e contou com a presença de 200 pessoas, segundo a Policia Militar. O grupo se reuniu em frente à sede social do clube, na Avenida Goiás, em São Caetano, e protestou contra a possibilidade de a associação encerrar suas atividades no fim de dezembro. Os manifestantes caminharam até o portão da entrada principal da fábrica da General Motors, onde está localizada a administração da montadora. A passeata fechou parte da avenida, o que causou confusão no trânsito e engarrafamento.

“Isso é um absurdo. A GM deveria colocar as cartas na mesa e nos dizer o que está acontecendo”, disse Edmar Alves de Lima, 62 anos. O associado se refere ao silêncio em que a General Motors tem tratado da decisão de fechar a sede social do clube, que está há quase 80 anos no local. Até agora, a fábrica não emitiu informativo oficial avisando os sócios desta decisão, o que tem causado estranheza entre os usuários. “Perguntamos à direção e eles não nos respondem. Isso contribui para que cresçam boatos e especulações”, disse José Benedito Mininelli, 61.

Mininelli faz parte do quadro de sócios há 34 anos e é aposentado da GM. “Ficamos sabendo em outubro que os funcionários que trabalham no clube foram avisados de que encerrariam as atividades em dezembro, mas eles nunca oficializaram nada para nós, associados”, continuou.

O grupo, que percorreu parte da Avenida Goiás, concentrou-se na entrada principal da montadora, forçando a Policia Militar, que acompanhava a caminhada, a bloquear uma das faixas da via. Os manifestantes exibiram cartazes e gritaram para alguns funcionários que caminhavam na parte de dentro da fábrica, na esperança de que conseguissem ser atendidos por alguém da administração, o que não ocorreu.

“A única coisa que nos chegou até o momento é que podemos utilizar a sede campestre, que fica no Riacho Grande (São Bernardo), mas a estrutura de lá não é muito boa”, comentou Moacir Rubira, 63. O aposentado ainda lembrou que a associação segue estatuto, e que a decisão da diretoria de fechar a sede em São Caetano não respeita o documento. “É uma ação ditatorial. Não estão seguindo o estatuto, o que é uma falha grave. Deveríamos ser ouvidos”, relatou Rubira.

Carlos Falótico, 57, era um dos mais exaltados durante toda a passeata. Ele contou ser sócio do clube desde o nascimento, já que seus pais já participavam do quadro de sócios. “Trabalhei durante 35 anos na GM, mas me sinto sócio do clube desde que nasci. É muito triste encarar a possibilidade de fecharam a sede”, explicou. Falótico lembrou também que a associação ainda abriga grupo de escoteiros e que eles também podem ficar sem o clube.

A GM informou que todos os associados poderão utilizar a estrutura que o Sesi (Serviço Social da Indústria) disponibiliza. “Após considerar dados estatísticos e observar que a recente movimentação urbana demonstra que somente 20% dos funcionários residem em São Caetano, a empresa optou por estabelecer ampla parceria com o Sesi.” 




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