Os prefeitos petistas do Grande ABC estão de olho no futuro político da ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior (PT), que está perto da gestão em São José dos Campos. O chefe do Executivo de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), projetou o retorno da correligionária à região, com sua provável saída do governo de Dilma Rousseff (PT).

“Evidentemente que a Miriam, assim como o Gilberto (Carvalho, ministro da Secretaria-Geral da Presidência), se ficarem livres de lá, nós arrastamos para cá. O (Carlos) Grana (prefeito de Santo André) seguramente vai desejar, o Donisete (Braga, chefe do Executivo de Mauá) também, além de outros prefeitos e governadores”, afirmou Marinho.

A projeção do gestor são-bernardense foi feita um dia após Miriam ser cogitada a assumir a Pasta de Planejamento Urbano em São José dos Campos, no Vale do Paraíba. O município é administrado por Carlinhos Almeida (PT). “Na verdade, hoje, existe o processo de início da dança das cadeiras no governo federal. Temos de aguardar a consolidação disso”, adicionou Marinho, enfatizando sobre a série de mudanças que devem ser feitas por Dilma para o próximo mandato.

Na semana passada, foi especulado que a chefe da Nação iria tirar Miriam do comando do Ministério do Planejamento para colocar o Nelson Barbosa, ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda no governo petista.

A saída de Miriam seria a primeira baixa paulista no alto escalão de Dilma, que, após pífio resultado no Estado na eleição de outubro, objetiva dar mais espaços para aliados do Nordeste. Em São Paulo, a petista perdeu por mais de 7 milhões de votos de diferença para o rival Aécio Neves (PSDB), enquanto que, em território nordestino, a chefe da Nação registrou larga vantagem, sacramentando 12 milhões de votos à frente do tucano.

O remanejamento de cargos em Brasília pode afetar duramente o Grande ABC. Atualmente, a região conta com cinco nomes: além de Miriam e Gilberto, Arthur Chioro (Saúde), Regina Miki (Secretaria Nacional de Segurança Pública) e Jorge Hereda (presidência da Caixa), compõem o primeiro escalão do Planalto. Comenta-se que Regina Miki também pode deixar o cargo.