O ministro da Integração Nacional, Ney Suassuna, demitiu na última quinta-feira o diretor-geral da Agência de Desenvolvimento do Nordeste (Adene, que substitui a extinta Sudene), Wagner Bittencourt, e o adjunto de Bittencourt na Adene, José Armando Tadei. A alegação de Suassuna para as demissões está nos altos salários que ambos recebem: cerca de R$ 50 mil, entre gratificação do Ministério e benefícios que acumulam com os cargos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Bittencourt confirma que acumula os salários do Ministério e do BNDES. O ex-diretor da Adene afirma que essa prática, exercida também por Tadei, é comum em qualquer repartição pública. Bittencourt, entretanto, nega que seus rendimentos atinjam R$ 50 mil e afirma que o salário na Adene era de R$ 1,5 mil.

A demissão de Bittencourt por Ney Suassuna seria uma retaliação pessoal, uma vingança pelo afastamento de seu sobrinho. Ricardo Suassuna era assessor da extinta Sudene e foi demitido da Adene por Bittencourt.

Já chega a cinco o número de executivos da Adene demitidos pelo ministro Suassuna. Antes de Bittencourt e Tadei, Nahor Gueiros, Alexandre Castro e Silva e Eleonora Barreto foram cortados. As demissões destes três conservam semelhanças com as daqueles dois: em ambas as situações, a comunicação do afastamento não foi feita pelo ministro.

O substituto de Bittencourt na Adene deve ser o advogado Sílvio Pessoa, procurador-geral do Governo de Pernambuco. Indicado pelo governador pernambucano, Jarbas Vasconcelos (PMDB), Pessoa foi secretário de Finanças de Recife na segunda gestão de Jarbas e deputado federal. Bittencourt também foi recomendado ao cargo por Jarbas Vasconcelos.