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Ricardinho deixa o São Paulo
Por Do Diário OnLine
13/01/2004 | 00:54
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Um dia que deveria ser de festa no Morumbi foi marcado pela polêmica. Quem esperava ver apenas a apresentação de seis reforços acabou assistindo ao 'fim do casamento' entre o São Paulo e seu jogador mais valioso: o meia Ricardinho. Depois de uma temporada malograda no Tricolor, Ricardinho decidiu pedir a rescisão do contrato. O camisa 10 ainda não tem clube para defender, mas deverá jogar no futebol europeu, pois estaria proibido de atuar no Brasil por um ano (conforme uma cláusula que constaria no acordo de rescisão).

O anúncio, por si só, já provocou mal-estar. O diretor de futebol do clube, Juvenal Juvêncio, tomou a palavra na cerimônia e fez críticas diretas ao jogador, que estava ao seu lado na hora da revelação. "O Ricardinho não deseja mais jogar no São Paulo. E ele, não desejando mais jogar no São Paulo, não pode jogar. Aqui vai jogar quem quer compor, quer unir, quer pôr a perna, quer pôr a canela, quer vestir a camisa. Vai jogar quem estiver emotivamente preparado. E ele (Ricardinho) não quer. Ele quer novos ares."

Ricardinho, por sua vez, tentou descaracterizar o evidente clima pesado da rescisão e adotou o discurso do profissionalismo. "Pesei os prós e os contras. O São Paulo tem uma Copa Libertadores, é verdade, mas achei que este era o momento de sair. Acho que vai ser melhor para os dois. Vou seguir minha carreira normalmente. O São Paulo é muito grande e vai continuar."

Clube e jogador afirmam que ficou "tudo certo" com a rescisão. O São Paulo tinha com o atleta uma dívida de pelo menos R$ 1 milhão – valor que teria sido quitado no acordo. O contrato inicial, de quatro anos, previa o pagamento de R$ 16 milhões ao atleta. Só em salários e luvas, ele recebia cerca de R$ 400 mil por mês.

Apesar das lamentações apresentadas por Juvêncio e pelo presidente Marcelo Portugal Gouvêa na despedida de Ricardinho, a saída do atleta aliviou o São Paulo em alguns aspectos. O mais evidente deles é financeiro, por causa dos altos vencimentos que o meia recebia mensalmente. Mas também é notório que o jogador não gozava de um entrosamento completo com os colegas. As contusões seguidas durante a passagem pelo São Paulo, o alto salário – o maior de todo o elenco – e a grande identificação com o rival Corinthians são alguns dos fatores que explicariam esse mal-estar.

Brilho ofuscado - Depois da bombástica rescisão com Ricardinho, quase não sobrou espaço para a apresentação dos reforços são-paulinos: o lateral-direito Cicinho (ex-Atlético Mineiro), os zagueiros Rodrigo (ex-Ponte Preta) e Fabão (ex-Goiás), o meia Vélber (ex-Paysandu) e o atacante Grafite (ex-Goiás), além do técnico Cuca (ex-Goiás). Só não apareceu na festa o meia Danilo (ex-Goiás), que perdeu o vôo para São Paulo e só pôde se apresentar à tarde.

Como Ricardinho era o assunto do dia, apesar do clima de festa, Cuca não se furtou de comentar a saída do meia. Ex-jogador dos arqui-rivais Grêmio e Internacional, Cuca afirmou que consegue "entender mais do que explicar" a decisão de Ricardinho. "O ideal é estar a gosto na equipe em que se está", observou.

No aspecto técnico, Cuca preferiu não fazer projeções sobre os eventuais prejuízos que a saída de Ricardinho vai provocar à equipe. O treinador lembrou as opções que tem para a posição – Danilo, Vélber e Souza – e ainda citou a possibilidade de o São Paulo acertar com Marquinhos (ex-Paraná Clube), que não será utilizado pelo Bayer Leverkusen na temporada.




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