O Sindicato dos Bancários de Brasília realizou nesta quinta-feira uma manifestação contra a nova campanha publicitária do Banco do Brasil, que coloca nomes de clientes no site da instituição e nas agências. Para os bancários, a campanha, que muda a fachada de 300 agências em dez estados durante 30 dias, simboliza implicitamente uma tentativa de privatização.

“A gente sabe que a privatização de uma empresa pública começa com a mudança do nome, mas não sabe, se por trás dessa campanha, que aparentemente é para aproximar o Banco do Brasil do público, não tem uma segunda intenção de privatização”, disse a secretária de Políticas Sindicais do Sindicato, Mirian Fochi.
 
Para o Sindicato, designar o Banco do Brasil como Banco do João ou Banco da Maria transmite a idéia de que a empresa é privada. “A campanha passa uma idéia de algo privado, e não público. É a descaracterização de uma marca que tem quase 200 anos. O banco é do Brasil, é do povo brasileiro, e assim ele deve continuar”, afirmou.

Segundo o diretor de Marketing e Comunicação do banco, Paulo Rogério Caffarelli, a idéia da nova campanha é apenas fazer uma homenagem a todos os brasileiros. “Não existe a menor possibilidade de associar a nossa campanha com a privatização porque ela tem um senso de brasilidade muito forte. É uma interpretação equivocada do sindicato”, disse ele.

Os dirigentes do Sindicato dos Bancários deverão se encontrar ainda hoje com o presidente interino do BB, Antonio Francisco de Lima Neto, para entregar um documento condenando a campanha. O Sindicato deve, ainda, colocar faixas em cima das fachadas das 300 agências que foram modificadas, em todo o país.