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Banda Maná inicia o 'descobrimento' do Brasil
Rosana Costa
Do Diário do Grande ABC
27/08/2002 | 19:18
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A banda mexicana Maná se apresenta nesta quarta à noite em show único no DirectTV, em São Paulo. A notícia ruim: os ingressos estão esgotados. A boa: o Brasil foi incluído na turnê que começa no fim de setembro, em Denver (EUA), e os músicos devem chegar aqui em meados de 2003. A melhor: podem vir acompanhados pelo guitarrista Carlos Santana. “Carlos quer muito tocar aqui e estamos pensando em fazer isso juntos”, disse o baterista Alex Gonzáles.

Maná (além de Alex, inclui o vocalista Fher, o baixista Juan Calleros e o guitarrista Sergio Vallín) está no Brasil para divulgar seu mais recente trabalho, Revolución de Amor, mas também para se apresentar ao público brasileiro. O show desta quarta é cheio de expectativa por parte da banda, que está junta desde os anos 80 e já vendeu 16 milhões de cópias mundo afora.

“Acreditamos que, apesar de cantarmos em espanhol, é possível cruzar os corações dos brasileiros. Queremos conhecer e tocar em muitos lugares do Brasil, não só em São Paulo e no Rio”, afirmou Fher Olvera. “Não pretendemos mais sair daqui”, disse Alex, e mais à frente, completou: “Acredito que somos muito parecidos. A única diferença entre um brasileiro e um mexicano ou chileno é a língua. No resto, vejo muitas semelhanças”.

Apesar de nunca terem pisado no país antes, Maná já deu indícios que está de olho no Brasil há tempos. Preservacionistas, desejam passar aqui suas mensagens ecológicas. Em 1995, gravaram Cuando los Ángeles Lloram, em homenagem ao seringueiro assassinado Chico Mendes. Fher falou sobre a canção, que foi carro-chefe do disco homônimo: “É a história de como foi assassinado e de como os políticos brasileiros sabiam que estava em perigo, inclusive (o ex-presidente Fernando) Collor de Mello”.

Criadores da Fundação Selva Negra, que há sete anos desenvolve um trabalho de reprodução de tartarugas marinhas na costa mexicana, Maná também está interessado en la gente. O carro-chefe do novo álbum é a canção Ángel de Amor, que fala sobre abuso sexual. “No México, a cada dez mulheres, oito já sofreram algum tipo de abuso em sua vida. E isso é muito grave”, disse Fher. Há também uma canção que trata dos imigrantes mexicanos (Pobre Juan), que tentam cruzar a fronteira em busca de uma vida melhor nos Estados Unidos. Mas, basicamente, fala de amor, tema freqüente de Maná e que cai muito bem na voz semi-rouca de Fher.

Maná fica no Brasil até o próximo dia 31 para promover Revolución (que já está à venda) – um álbum de rock com algumas inserções de reggae e ritmos afro-cubanos. Além do show único em São Paulo, vão aparecer em programas de TV. Começam, assim, a quebrar as barreiras. “Para nós é muito importante trocar culturas, descobrir novas sensações, novas cores e cheiros”, afirmou Alex. Então, é mais provável que não seja uma invasão musical, e sim um descobrimento.




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