Em meio a essa nuvem de incertezas, a tradicional decoração natalina corre o risco de não aparecer em algumas cidades da região ou de se tornar alvo de críticas da população.
O temor pela falta de recursos joga também um balde de água fria nos ânimos dos lojistas, que apostam em crescimento de até 15% nas vendas deste fim de ano. "O reaquecimento da economia deve aumentar o faturamento geral do comércio, mas a falta de investimento em decoração pode atrapalhar essa onda de otimismo", disse Valter Moura, presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo). A entidade aguarda - ainda sem data definida - reunião com a Prefeitura para discutir um possível repasse de dinheiro.
Outro caso que preocupa comerciantes é o de Ribeirão Pires. A Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Pires) afirma que não tem verbas suficientes para enfeitar a Praça Central, cartão postal da cidade que geralmente é decorado.
Segundo o presidente da entidade, Marcelo Menato, os enfeites até este ano eram custeados voluntariamente por empresas da cidade. "No ano passado, quatro empresários doaram cerca de R$ 30 mil, valor suficiente para pelo menos iluminar as regiões principais. Mas, para 2004, eles já disseram que não poderão ajudar", disse.
De acordo com ele, a Acirp pediu recursos para a Prefeitura, mas aguarda há mais de uma semana uma resposta. "Se a administração não ajudar, infelizmente não teremos enfeites nas ruas", lamentou Menato.
A Prefeitura de Ribeirão Pires, em resposta, por meio da assessoria de imprensa, informou que o assunto ainda será analisado pelos departamentos competentes.
Dúvida - O caso de Ribeirão é parecido com o de Mauá. O vice-presidente da Aciam (Associação Comercial e Industrial de Mauá), Sidnei Garcia, explicou que a decoração da cidade ficará a cargo da Prefeitura, já que não há verba para comprar os enfeites.
Garcia afirma que a "péssima relação" entre a Associação e a administração municipal tem prejudicado a negociação. "A gente não consegue nada deles para qualquer tipo de trabalho em benefício da cidade", alegou.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Mauá, no entanto, informou que o departamento jurídico analisa uma possível parceria entre a administração e a Aciam para promover ações conjuntas no Natal - inclusive para enfeites -, e que não existe problemas nas relações entre a Aciam e a Prefeitura.
São Caetano, Diadema e Rio Grande da Serra não informaram como será a decoração das ruas este ano nem quanto será investido. A assessoria de imprensa da Prefeitura de Diadema, no entanto, informou que o assunto será definido nos próximos dias.
Nesse imbróglio, Santo André leva vantagem. A Prefeitura fez ao longo do ano repasses para a Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) que somam R$ 200 mil. O valor é o mesmo aplicado na decoração do ano passado.
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