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Verbas para decoração de rua estão indefinidas
Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
27/10/2004 | 10:04
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Os investimentos em decoração de Natal nas ruas do Grande ABC devem ser menores este ano em relação ao ano passado, apesar dos números que mostram crescimento da economia. Segundo as associações comerciais, os valores gastos em artigos que enfeitam as ruas no fim de ano estão condicionados a repasses das Prefeituras, que alegam, por sua vez, não ter condições de cobrir todos os custos com enfeites.

Em meio a essa nuvem de incertezas, a tradicional decoração natalina corre o risco de não aparecer em algumas cidades da região ou de se tornar alvo de críticas da população.

O temor pela falta de recursos joga também um balde de água fria nos ânimos dos lojistas, que apostam em crescimento de até 15% nas vendas deste fim de ano. "O reaquecimento da economia deve aumentar o faturamento geral do comércio, mas a falta de investimento em decoração pode atrapalhar essa onda de otimismo", disse Valter Moura, presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo). A entidade aguarda - ainda sem data definida - reunião com a Prefeitura para discutir um possível repasse de dinheiro.

Outro caso que preocupa comerciantes é o de Ribeirão Pires. A Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Pires) afirma que não tem verbas suficientes para enfeitar a Praça Central, cartão postal da cidade que geralmente é decorado.

Segundo o presidente da entidade, Marcelo Menato, os enfeites até este ano eram custeados voluntariamente por empresas da cidade. "No ano passado, quatro empresários doaram cerca de R$ 30 mil, valor suficiente para pelo menos iluminar as regiões principais. Mas, para 2004, eles já disseram que não poderão ajudar", disse.

De acordo com ele, a Acirp pediu recursos para a Prefeitura, mas aguarda há mais de uma semana uma resposta. "Se a administração não ajudar, infelizmente não teremos enfeites nas ruas", lamentou Menato.

A Prefeitura de Ribeirão Pires, em resposta, por meio da assessoria de imprensa, informou que o assunto ainda será analisado pelos departamentos competentes.

Dúvida - O caso de Ribeirão é parecido com o de Mauá. O vice-presidente da Aciam (Associação Comercial e Industrial de Mauá), Sidnei Garcia, explicou que a decoração da cidade ficará a cargo da Prefeitura, já que não há verba para comprar os enfeites.

Garcia afirma que a "péssima relação" entre a Associação e a administração municipal tem prejudicado a negociação. "A gente não consegue nada deles para qualquer tipo de trabalho em benefício da cidade", alegou.

A assessoria de imprensa da Prefeitura de Mauá, no entanto, informou que o departamento jurídico analisa uma possível parceria entre a administração e a Aciam para promover ações conjuntas no Natal - inclusive para enfeites -, e que não existe problemas nas relações entre a Aciam e a Prefeitura.

São Caetano, Diadema e Rio Grande da Serra não informaram como será a decoração das ruas este ano nem quanto será investido. A assessoria de imprensa da Prefeitura de Diadema, no entanto, informou que o assunto será definido nos próximos dias.

Nesse imbróglio, Santo André leva vantagem. A Prefeitura fez ao longo do ano repasses para a Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André) que somam R$ 200 mil. O valor é o mesmo aplicado na decoração do ano passado.




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