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Em depoimento à CCJ, Lina Vieira confirma encontro com Dilma
Do Diário OnLine
Com Agências
18/08/2009 | 08:27
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Montagem Diário OnLine/Fotos Agência Brasil


A ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira confirmou novamente a ocorrência de um encontro com a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, em depoimento à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) na manhã desta terça-feira. "Reitero a entrevista que dei à Folha de S.Paulo. No ano passado, a ministra me chamou a seu gabinete, através de sua secretária executiva. E, nesse encontro a sós, me perguntou se eu podia agilizar investigações sobre a família Sarney", declarou.  

"Achei um pedido descabível. Não havia necessidade. Interpretei como um pedido para encerrar a investigação, concluir logo. Mas não me senti pressionada pela ministra", afirmou a servidora.

Durante seu pronunciamento de cerca de 20 minutos, Lina Vieira ainda ressaltou que suas declarações não têm objetivos políticos. "Não busquei e nem desejo toda essa exposição. Não almejo disputar cargos eleitorais. Não vim a comissão com o propósito de fazer jogo de a ou b, x ou y". 

Questionada pelo senador Wellington Salgado (PMDB-MG) sobre a data em que teria ocorrido o suposto encontro, Lina Vieira disse que "não lembrava porque a reunião não constava em sua agenda pessoal".

Já em resposta ao senador Álvaro Dias (PSDB-PR), a servidora afirmou que não deu conhecimento ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre o assunto e, tampouco, deu retorno a Dilma Rousseff uma vez que a investigação transcorria em segredo de Justiça.

Panos quentes - Após ouvir as declarações de Lina Vieira, o líder de Governo, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que se dava por satisfeito com as explicações e que toda a polêmica não passava de "um mal-entendido".

A ex-secretária rebateu a afirmação do parlamentar. "Não houve mal-entendido. O encontro ocorreu e o pedido foi feito. Não entendi porque a ministra mentiu, foi um encontro normal".

Discussões - O depoimento da ex-secretária começou com mais de duas horas de atraso devido a uma tentativa de Romero Jucá de levar o depoimento para outras comissões - com o argumento de que o tema não fazia parte dos assuntos de responsabilidade da CCJ.

A manobra política foi criticada pelo senador Álvaro Dias."Por que querem calar a senhora Lina Vieira? Por que não ouvir a senhora Lina? Por que temer a senhora Lina? O que ela teria a dizer de tão grave", indagou.

"Eu concordo em adiar o depoimento da senhora Lina se o governo topar fazer uma acareação entre a senhora Lina e a ministra Dilma Rousseff", completou o parlamentar. 

Questionamento - Já o líder do PT Aloizio Mercadante (PT-SP) questionou a atitude de Demóstenes Torres de colocar em votação o requerimento de convite à ex-secretária, quando a sessão já estava em fase final de trabalho e com poucos parlamentares presentes.

"Queremos rediscutir o funcionamento da CCJ para assegurar convivência que impeça que incidentes como esse voltem a acontecer. Não se vota ao final do expediente, na hora em que todo mundo estava praticamente fora da comissão. Se isso valer para todos as comissões, imagine como vai ser a convivência nesta Casa", disse Mercadante.

"Houve quebra de entendimento na CCJ. Isso aconteceu no final de sessão, fato que nunca ocorreu na comissão", completou.

O senador José Agripino (DEM-RN) saiu em defesa do depoimento da ex-secretária. Para o senador, a comissão tem a atribuição para a oitiva. "Todo o Brasil quer saber quem está mentindo e a CCJ tem o dever de fazer justiça e mostrar à sociedade quem não está falando a verdade".

Depoimento - A oposição ainda ameaça propor uma acareação entre a ministra e a ex-secretária. Como os oposicionistas não têm número suficiente de parlamentares na CPI da Petrobras para aprovar a acareação, a tática dos senadores do DEM e PSDB é tentar aprová-la em uma das comissões permanentes da Casa comandadas pela oposição.




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