Contratado há menos de um mês, Bruno Marques, de 18 anos, que é portador de deficiência auditiva, comemora o primeiro registro na carteira de trabalho como repositor de mercadorias em uma das unidades da Coop (Cooperativa de Consumo), com matriz em Santo André.

É com ajuda de gestos e da leitura dos lábios que o jovem se comunica e aprende suas funções. "Estou adorando meu trabalho. É bom ter oportunidade", contou.

De acordo com Priscila Fernanda Gonçalves Martins, do departamento de recrutamento e seleção de pessoal da companhia, Bruno foi indicado pela Apasma (Associação de Pais e Amigos dos Surdos de Mauá). "Mantemos parcerias com entidades que capacitam pessoas com deficiência. Isso nos auxilia, e muito, no momento da contratação."

Outro recém-admitido é André Alfredo, de 20 anos. "Já estou aqui há, pelo menos, dois meses, como repositor de mercadorias. Aprendi muita coisa e estou contente com meu trabalho. Está difícil de conseguir algo", explicou o jovem, que nasceu sem o antebraço direito.

"Aprendi a me virar desde pequeno. Isso me ajudou a concluir o Ensino Médio e a trabalhar. Já fui funcionário de uma mecânica e de uma padaria. Hoje já não sinto dificuldades, até dirigir, eu dirijo", contou orgulhoso.

Atualmente, há na Coop 54 colaboradores portadores de necessidades especiais. O mais antigo trabalha na rede há 31 anos na administração.

As funções que eles exercem são variadas, desde operacionais até administrativas (como auxiliar de escritório). "As deficiências apresentadas são diversas. Temos colaboradores em atividade com deficiência auditiva, física, intelectual, visual e múltipla", explicou Priscila.

Ela destacou que na contratação de pessoas com essas particularidades o processo seletivo é muito parecido com o que é realizado com os demais candidatos, levando sempre em conta a limitação que a deficiência pode causar em sua produtividade.