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Cúpula do G8 é marcada pela violência no Oriente Médio
Da AFP
15/07/2006 | 17:34
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A reunião de cúpula do G8 (sete países mais ricos do mundo mais a Rússia) começou neste sábado, em São Petersburgo, marcada pela escalada de violência no Oriente Médio. O conflito terá espaço privilegiado na agenda do evento, para o qual foi convidado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O líder americano, George W. Bush, e seu colega russo, Vladimir Putin, reuniram-se antes da Cúpula e concederam uma entrevista coletiva centrada em grande parte na crise entre Israel e seus vizinhos.

"Compartilhamos as mesmas preocupações. Nos inquietamos com a violência. A perda de vidas inocentes nos deixa consternados", disse Bush após o encontro com Putin.

Segundo o presidente americano, Putin deseja um diálogo pacífico na região, onde tropas israelenses lançaram importantes operações no Líbano e em Gaza, depois do seqüestro de três de seus soldados.

Há um risco real de ampliação do conflito para outros países da região, advertiu o ministro da Defesa russo, Serguei Ivanov.

Os dirigentes britânicos têm os mesmos temores. "A situação é muito grave, e devemos tratar dela urgentemente", afirmou um porta-voz do primeiro-ministro Tony Blair no avião que o levava a São Petersburgo.

"Não basta falar. É preciso fixar uma ordem do dia que permita reduzir as tensões", acrescentou.

Stephen Hadley, conselheiro americano de Segurança Nacional, afirmou que há um risco de escalada (da violência) na região, que todos desejam evitar.

No entanto, as divergências entre Washington e Moscou sobre o que ocorre no Oriente Médio parecem evidentes.

Bush destacou a responsabilidade do grupo xiita libanês Hezbollah na espiral de violência: "A melhor maneira de deter a violência é o Hezbollah entregar suas armas e deixar de atacar Israel", disse durante a entrevista coletiva em São Petersburgo.

Por sua vez, Putin afirmou que Israel deve responder proporcionalmente (expressão utilizada por outros países europeus) e condenou os seqüestros de soldados israelenses, mas também os ataques contra territórios de outros Estados, em referência às operações militares de Israel no Líbano.

O G8 deveria se concentrar inicialmente nos temas relativos à segurança energética, mas a ofensiva israelense no Líbano colocou o Oriente Médio em primeiro plano na Cúpula.

"Estamos diante de uma grande crise na região e todos os países do G8 manifestaram preocupação", afirmou o porta-voz da presidência russa, Dimitri Peskov.

"A coincidência entre a espiral de violência e o encontro do G8 deu à reunião de cúpula um significado particular como fórum destinado a resolver os problemas internacionais mais urgentes", destacou Peskov.

No entanto, as negociações paralisadas na OMC (Organização Mundial do Comércio) para liberalizar o comércio planetário podem receber um "empurrão" político por parte dos líderes do G8, como deseja o presidente brasileiro, que chegou a São Petersburgo neste sábado.

Lula defende há alguns meses uma reunião de chefes de Estado e de Governo para impulsionar as negociações da Rodada de Doha, iniciada em 2001.

Mesmo antes do início oficial, a reunião do G8 já trouxe uma notícia ruim para a anfitriã, pois a Rússia, uma das raras potências mundiais que não integra a OMC, não conseguiu a aprovação dos Estados Unidos para aderir à organização.

Além dos membros do G8 (Estados Unidos, Canadá, Grã-Bretanha, França, Itália, Alemanha, Rússia e Japão), também estarão presentes como convidados Lula, o presidente mexicano, Vicente Fox, e os governantes de outros países emergentes, como China, Índia e África do Sul.



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