As tradicionais danças do dragão e centenas de queimas de fogos de artifício foram organizadas pelas comunidades chinesas de todas as regiões. Na Indonésia, o dia do Ano Novo foi declarado feriado pela primeira vez, e os chineses indonésios puderam comparecer com toda tranqüilidade aos templos budistas.

A situação era, em compensação, muito mais tensa em Pequim, onde milhares de policiais vigiavam nesta quarta-feira a praça Tiananmen (Paz Celestial), depois de, na véspera, terem se imolado por fogo cinco adeptos da seita Falungong, sendo que um morreu e quatro ficaram gravemente feridos. A seita pretende receber o novo ano com manifestações de protesto pela repressão de que é alvo na China.

O ano da serpente, que se segue ao ano do dragão, foi celebrado pelos 1,3 bilhão de habitantes da China. Mas a metamorfose do dragão em serpente, durante a meia-noite, foi marcada por um espetáculo com fogos de artifício por todas as comunidades chinesas da Ásia (Cingapura, Malásia, Indonésia e etc.).

Nesta quarta, as ruas estavam mais calmas e muitas lojas fechadas neste período de festas, que geralmente é a única época em que os chineses tiram férias. As bolsas de Xangai, Hong Kong, Cingapura, Seul, Taipé e Kuala Lumpur permaneceram fechadas.

Um grande desfile circulou pelas ruas de Hong Kong, como é tradicional nessa época, em meio a uma neblina quase igualmente tradição no território neste período.

A chegada do Ano da Serpente foi festejada como se deve também em Yokohama, que abriga a maior ‘‘chinatown’’ do Japão, e onde os organizadores das festividades esperam receber nesta quarta cerca de 400 mil visitantes.

As pessoas consideram o ano da serpente menos favorável do que o anterior. O ano do dragão, que termina, causou um verdadeiro ‘‘baby boom’’, já que, segundo o horóscopo chinês, os nascidos sob esse signo têm boa sorte. Em compensação, a serpente é um sinal considerado pouco favorável.

Acredita-se que os nascidos sob o signo da serpente são românticos, profundos e discretos, mas também egoístas e avarentos.

No calendário lunar, que vigora na China desde tempos imemoriais, os signos se sucedem ano por ano, acompanhando um ciclo que se renova a cada doze anos.

Cada um desses signos é representado por uma das espécies animais que, segundo a tradição, foram chamadas por Buda para povoar a Terra: o dragão (único animal imaginário da lista), o boi, o tigre, o coelho, a serpente, o cavalo, a cabra, o macaco, o galo, o cachorro e o porco.