Economia Titulo
Polo tecnológico do Grande ABC vai mudar paradigma das empresas
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
22/10/2009 | 07:00
Compartilhar notícia


O papel das universidades no Polo Tecnológico do Grande ABC será, essencialmente, prover mudança de paradigmas na atuação das empresas da região - principalmente, das micro, pequenas e médias. As grandes já são consolidadas e, geralmente, possuem seu próprio centro de desenvolvimento de tecnologia. Então, o papel se inverte, pois elas não serão ajudadas; vão ajudar.

O objetivo é que as faculdades cedam seus laboratórios e especialistas para que sejam desenvolvidas tecnologias comuns a determinados setores. Hoje, muitos dos pequenos negócios sofrem com a falta de recursos para aplicar em inovação. E, com a grande demanda batendo às portas das universidades, não há espaço para atender a todos.

"A ideia é compartilhar tecnologias, como softwares e máquinas, para fortalecê-las e agregar valor a seus produtos. Assim, elas deixarão de ser concorrentes regionais para ganhar espaço frente a fornecedores internacionais", afirma o reitor da FEI (Fundação Educacional Inaciana) Marcio Rillo, durante o último dia do ‘Seminário Polo Tecnológico do Grande ABC'.

Segundo ele, as grandes empresas também vão poder se beneficiar, por exemplo, realizando adaptação comum às novas normas de preservação do meio ambiente.

Outra missão fundamental dos centros educacionais é prover perenidade à gestão do projeto. Em boa parte das experiências do País, levou-se em média dez anos até finalizar a implementação do parque tecnológico. Neste espaço de tempo, o poder público passa por mudanças de governo que, em tese, podem atravancar o andamento da iniciativa.

Rillo ressalta, entretanto, que a gestão não caberá especificamente às universidades.

Na avaliação de Sidney Jard da Silva, chefe de gabinete da Ufabc (Universidade Federal do Grande ABC), é necessário abrir a universidade para todos os atores envolvidos, a fim de criar sinergia entre eles. "Temos de aprender com a experiência do setor empresarial, dos sindicatos, das outras faculdades e do poder público."

Para o coordenador de projetos de pesquisa da Fundação Santo André, Rodrigo Cutri, esta interação já vem acontecendo. "É importante que os professores atuem com tecnologia também. E boa parte deles trabalha em empresas, o que é muito positivo, pois eles têm noção de tempo, custo e viabilidade econômica e técnica para transferir aos alunos."

O próximo passo é reunir o leque de universidades da região para que se estabeleça o papel de cada uma delas, a fim de não haver confluência de contribuições em alguns setores e carência em outros. O Grupo de Trabalho do polo deverá tomar frente nesta definição.

Cutri destaca que é importante identificar não só as demandas atuais, como as futuras. "Afinal de contas, somos formadores da geração que vai vivenciar a tecnologia do amanhã."




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;