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Brasil é o mais afetado pelo freio argentino à importação
23/10/2009 | 07:00
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O Brasil é o país mais prejudicado pelo freio que o governo argentino coloca aos importados desde outubro do ano passado. Os fabricantes brasileiros já perderam a histórica liderança na venda aos argentinos de calçados, confecções e têxteis e eletrodomésticos. Segundo levantamento realizado pela consultoria IES (Investigações Econômicas Setoriais), as fatias perdidas pelo Brasil estão sendo abocanhadas pelos países asiáticos, especialmente a China, e pelo México.

"As barreiras prejudicaram os fornecedores brasileiros, pela ordem, de têxteis e confecções, calçados e eletrodomésticos, mas o caso mais gritante é dos têxteis", analisa o economista Alejandro Ovando, diretor do IES.

Nos primeiros oito meses de 2009 ante igual período em 2008, o total de importações argentinas de têxteis caiu 31,8% em valor e 38,4% em volume. A compra desses produtos de origem brasileira diminuiu 44,6% em valor e 46,6% em volume, enquanto que as compras da China tiveram recuo de 18,3% em valor e de 30,1% em quantidade.

"Sem nenhuma dúvida, o prejuízo é do Brasil", ressaltou o analista. A perda de terreno do Brasil e o avanço chinês são mais expressivos quando se compara os resultados dos primeiros oito meses de 2009 com igual período em 2007: as importações argentinas de têxteis do Brasil recuaram 37,7% em valor e 44,5% em quantidade, enquanto houve crescimento de importação da China de 65,4% em valor e de 33,2% em quantidade.

O estudo completo realizado pelo IES, mostra que o Brasil tinha participação no mercado de têxteis importados, nos oito primeiros meses de 2007, de 41,8% e passou para 35% no mesmo período em 2008 e para somente 28,4% em 2009. A China, no mesmo período analisado, tinha participação de 16,3% em 2007, passou a 24,5% em 2008 e seguiu subindo até 29,4% em 2009.

No caso dos eletrodomésticos, o Brasil chegou a ter participação de 38,1% em 2006 e caiu para 28,9% no ano passado.

Nos primeiros oito meses deste ano, a participação de mercado brasileira melhorou em comparação com 2008 e chegou a 31,7%. Porém, a performance chinesa ultrapassou a do Brasil e, no mesmo período de comparação, passou de 34,5% para 35%. "A China vem escalando percentuais do mercado argentino, em todos os setores, ano após ano, e o México em alguns casos, mas os dois países vêm ganhando posições perdidas pelo Brasil", afirmou Ovando.




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