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Aluguel na região sobe 50%
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
24/08/2010 | 07:11
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Alugar um imóvel no Grande ABC ficou até 50% mais caro nos últimos 12 meses (agosto de 2009 a julho de 2010). Casas com dois dormitórios, com vaga para dois carros na garagem, eram alugadas por, em média, R$ 500. Hoje, o preço não fica abaixo de R$ 1.000.

A falta de opções para locação é o principal motivo do aumento no preço. "Não temos ofertas. Em Diadema ainda é possível encontrar maior quantidade de imóveis para locar, mas nas outras cidades, como Santo André, Mauá e São Caetano, a oferta é quase nula", observa o delegado do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo) regional, Alvarino Lemes.

Segundo ele, os imóveis menores, de um dormitório, por exemplo, também não são alugados por menos de R$ 800 mensais.

CAPITAL
Os aluguéis residenciais contratados na capital paulista tiveram incremento médio acumulado de 10,89% nos últimos 12 meses (agosto de 2009 a julho deste ano), valor superior ao dos indicadores de inflação, como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) - que totalizou 4,6% em idêntico período, segundo dados divulgados pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo).

Ainda de acordo com a entidade, em julho na Capital os aluguéis tiveram aumento de 0,8% em comparação com os valores praticados no mês anterior.

Segundo Roberto Akazawa, gerente do departamento de economia e estatística do Secovi-SP, o valor do aluguel do metro quadrado de uma casa de dois dormitórios, com garagem, na Zona Sul, chega a variar de R$ 14 a R$ 22,50. Ou seja, um imóvel com tamanho mediano - de 80 m² - tem aluguel de R$ 1.120 a R$ 1.800, dependendo do bairro.

"Essa alta no valor do aluguel é fruto de um desequilíbrio imobiliário. Muitas pessoas venderam seus imóveis entre 1997 e 2003. A partir de 2005, o valor de locação vem crescendo muito", acrescenta.

A única forma de reverter o cenário, para o gerente do Secovi-SP, é as pessoas que possuem mais de um imóvel enxergar o aluguel como forma de investimento. "O mercado de locação é muito importante para o setor. Afinal, nem todas as pessoas têm interesse em comprar um bem."


Estudante e trabalhador temporário buscam locação
Engana-se que quem procura casas para alocar são apenas as famílias, composta por filhos.

Recém-casados, estudantes, solteiros(as), pessoas que acabam de se separar e até mesmo aquelas que decidem abrir um negócio próprio e precisam de um endereço comercial, vão atrás de um imóvel para alugar.

Segundo a gerente de locação de uma imobiliária de São Bernardo, Simone Andreta, esse é o público que procura ‘viver de aluguel'. "A compra financiada de moradia, mesmo com as facilidades atuais, é focada, geralmente, por pessoas casadas, com família constituída", observa.

Além disso, atualmente, é cada vez mais comum as pessoas que precisam viajar constantemente devido o trabalho. "As empresas pagam, geralmente, um imóvel para o funcionário passar um tempo na cidade, e depois migrar para outra", explica o proprietário de uma imobiliária em Santo André, Miguel Colicchio Neto.

VENDAS
As facilidades dos financiamentos imobiliários bancários (em até 30 anos), acabam incentivando aqueles que possuem bens alugados a venderem seus imóveis.

"O aluguel é um fonte de renda, mas dá custos e trabalho ao proprietário. Como os planos de financiamento abrange um maior número de pessoas, muitos (proprietários) resolveram vender seus bens para investir a renda em outros setores, com maior rentabilidade", diz João Batista Ferreira, sócio-proprietário de uma imobiliária de Santo André.

 




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