Economia Titulo
Poupança não supre crédito imobiliário
Paula Cabrera
Com Agências
19/03/2010 | 07:00
Compartilhar notícia


O cenário de juros baixos, prazos alongados e crescimento econômico fez aumentar o número de consumidores que buscam o financiamento imobiliário na hora de conquistar a casa própria. Mas, a elevação da demanda preocupa o presidente da Abecip (Associação Brasileira da Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), Luiz Antônio França, que afirmou ontem que a poupança pode não dar conta de atender à demanda.

O investimento previsto de R$ 50 bilhões em crédito imobiliário, dividido em R$ 30 bilhões para a compra de imóveis e R$ 20 bilhões para produção, está mantido. Mas, com o bom momento econômico e a confiança do consumidor, França avalia que entre dois ou três anos, o rendimento da poupança não será suficiente para gerir o setor.

"Antes, os consumidores preferiam poupar a maior parte dos recursos para adquirir uma casa. Agora, financiam cerca de 60% do valor", diz França, explicando que há casos em que as pessoas, mesmo tendo recursos poupados, optam por financiar a aquisição do imóvel e manter sua poupança preservada, como alternativa de liquidez. A maior procura tornaria necessária desenvolvimento acelerado de outras fontes de recursos para o segmento.

Mesmo com o crescimento de 12% na demanda por financiamentos na região, o presidente da Aciagbc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), Milton Bigucci, não acredita na perspectiva de França. "Os bancos têm de aplicar 65% do que têm em poupança no setor da habitação. Existe um volume grande de construções e venda de imóveis financiados, mas também há muito o que aplicar."

Bigucci avalia que a mudança no comportamento dos clientes começou há cerca de um ano, o que trouxe dinamismo para o setor. "O financiamento era feito direto com as construtoras. Mas nós também preferimos essa mudança. Não mistura as coisas."

Para o empresário, a possibilidade de a poupança não conseguir bancar todo o sistema, não prejudicará o setor (veja mais ao lado). "Em um curto espaço de tempo, acredito que a maior abertura de crédito para a construção virá do mercado de capitais", avalia.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;