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Os donos do mundo
Nilton Valentim
Do Diário do Grande ABC
13/09/2009 | 08:50
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Divulgação


O retorno ao Brasil após quatro temporadas na Europa fez bem ao líbero Serginho e à oposto Sheilla. Menos de um ano após voltarem para casa os dois foram eleitos os melhores do vôlei mundial.

A dupla atua em clubes da região - Serginho no Brasil/Vôlei Clube/São Bernardo e Sheilla no São Caetano/Blausiegel - e na Seleção Brasileira. Ambos saíram e voltaram ao País na mesma época. Jogaram em times da Itália (ela no Pesaro e ele no Piacenza) e são campeões olímpicos. As semelhanças param por aí.

O espírito brincalhão do líbero contrasta com a seriedade da oposto. Enquanto ele aproveita os momentos de folga para juntar-se ao bando de loucos e empurrar o Corinthians em jogos no Pacaembu, ela prefere navegar na internet. E se o líbero sequer pensa em retornar à Itália, a atleta já admite a possibilidade.

"Estou feliz no São Caetano e, por enquanto, não penso nisso (voltar à Europa), mas não é algo que me desagrade. Passei quatro anos lá fora, no Pesaro, onde fui muito bem recebida. Só trago boas recordações (da Itália). Lá, temos o mais forte campeonato do mundo. E é sempre bom estar entre os melhores", afirma a jogadora.

De bem com a vida, Serginho se inspira nas vitórias do Timão. "A última que assisti foi a virada (2 a 1) contra o Santos", conta. E vibra muito mais com as conquistas do clube do coração do que com as suas. Ele entrou para a história como primeiro líbero a ser eleito o melhor jogador da Liga Mundial, em agosto, mas dá pouca importância ao fato. "Não ligo para isso. Gosto de ganhar títulos, mas dou mais valor ao coletivo", diz o atleta.

Desde que voltaram ao País os dois enfrentam rotina espartana. Na temporada passada, disputaram por suas equipes os Jogos Abertos do Interior e a Superliga (Sheilla ainda encarou a Copa Brasil). Pela seleção, a Olimpíada de Pequim, Liga Mundial e o Grand Prix.

Neste ano, Serginho já ganhou a Liga Mundial e Sheilla, o Grand Prix, com suas viagens intermináveis ao redor do mundo, o Sul-Americano e disputa o Final Four.

"A vida tem sido muito corrida e os momentos de folga cada dia menores. Mas quando posso, procuro estar em casa com a família matando a saudade", revela a jogadora. "Tenho visto muito pouco meus familiares", desabafa.

Agora, quando retornarem a suas equipes, os dois encararão outra interminável sequência de disputas, com os Jogos Abertos, o Paulista e ainda a Superliga.

MOVIMENTO DE VOLTA
Serginho e Sheilla, além de Mari e Fofão (companheiras de seleção e São Caetano/Blausiegel) deram início no ano passado ao movimento de retorno de grandes estrelas do vôlei brasileiro que atuavam fora do País. Depois, vieram Dante, Giba e Gustavo, entre outros.

"O importante foi que a nossa volta impulsionou outros grandes atletas que estavam fora do País a retornar. Isso fortalece os clubes e nosso esporte", declara Seginho.

"Espero que as empresas continuem investindo para fazer times cada vez mais fortes e que possamos ter competições mais equilibradas. Infelizmente aqui no Brasil dependemos de como vai a economia para saber se teremos investimentos ou não. A base precisa ser trabalhada para descobrirmos talentos e garantirmos o futuro", completa Sheilla.




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