Nem de longe parecia uma reunião do PT de São Caetano. No encontro realizado ontem, na sede do partido, no Centro, passaram longe as discussões ásperas, frutos de atritos entre os dois principais grupos que atuam na legenda. O resultado da atividade foi a unidade em torno do nome do vereador Edgar Nóbrega na cabeça da chapa que concorrerá ao Palácio da Cerâmica no ano que vem.

A definição do candidato a prefeito do PT não era definida sem prévias desde 2000, quando Jair Meneguelli representou a sigla.

Ontem, Ricardo Rios, um dos principais representantes da oposição ao grupo de Edgar Nóbrega, fez questão de deixar claro seu apoio à empreitada do vereador. "Vamos botar uma pedra no que ocorreu no passado e cravar a unidade do partido. O simbolismo de eu estar nessa reunião mostra que de fato estamos unidos. O caminho não é fácil, mas vamos estar juntos. Atualmente temos 40% do diretório, mas podemos dizer que estamos 100% juntos", salientou Rios, ligado ao ex-parlamentar Hamilton Lacerda.

O ex-presidente Edison Bernardes proferiu discurso otimista, ao dizer que o PT de São Caetano "vive um momento histórico". "Prevaleceu a vontade dos militantes, de não querer mais desavenças."

Para chegar ao consenso, foram dois anos de conversas entre os grupos rivais. O bloco comandado por Edgar Nóbrega era minoritário até a eleição de 2008. Único petista com mandato na cidade, o parlamentar construiu liderança natural, inicialmente, e buscou o diálogo com a outra ala do partido, que se rendeu, mesmo porque não tem mais maioria.

Para o vereador, o PT local "está num momento bom" e "é chega a hora de arriscar mais". "O partido ainda precisa ser maior, como novos filiados, ampliado, mais robusto para vencermos a eleição. A humildade será a nossa marca."

Com a legenda na mão, o petista, de quebram aumentou o tom das críticas ao grupo do prefeito José Auricchio Júnior (PTB). "Já passou o tem de a política depender de caciques. Temos uma cidade forte e desenvolvida, mas pode ser mais democrática e mais solidária. Vamos entra no processo com grandeza. A confusão e a muvuca estão do lado deles", frisou Edgar, referindo-se ao fato de o candidato governista ao Paço ainda estar indefinido e ser escolhido unicamente pelo chefe do Executivo petebista.

O parlamentar enfatizou, porém, que as críticas não estarão presentes na campanha, pois "é preciso apresentar uma agenda nova para São Caetano".