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Feijão é novo vilão contra bolso do consumidor
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
17/04/2010 | 07:00
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Agora é a vez do feijão carioquinha atuar como vilão do bolso do consumidor. O trono ainda pertence ao tomate, que teve aumento médio de preço, na região, de 48,76%. Mas segundo o pesquisador da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Lúcio Flávio Dantas, a inflação do fruto deve desacelerar neste mês, enquanto o feijão tem alta média relevante.

"Fiz uma prévia do IPC-USCS/ABC (índice de preços ao consumidor da região) de abril e o tomate registra inflação entre 22% e 24%. Já o feijão passou de 2%, em março, para 23% na prévia", contou Dantas, que também é assistente de coordenação do indicador.

Ele explica que o preço do tomate sobe e desce na mesma velocidade, pois depende muito do clima como determinante de sua oferta e estoque. Já o feijão é facilmente estocado, mas o preço depende da cadeia de produção, então demora para reduzir.

O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal), divulgado ontem pelo Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), também detectou avanço no feijão carioquinha no mês com fim na quinta-feira, passando de 18,17% para 28,53%.

A pedagoga Marilia Aparecida da Silva Gonçalves, que mora em São Caetano, já enfrenta a elevação no produto. "Uso quatro quilos de feijão por mês, pois a família é grande, tem seis integrantes. E comprei um novo, há poucos dias, por R$ 1,99 e já está R$ 3,50." No caso da aposentada Maria Vieira, também moradora da cidade, o impacto é menor, pois consome meio pacote por mês.

Dantas observou que a prévia não indica quanto realmente os preços vão aumentar, pois vários fatores podem contribuir para alterar o resultado do índice. "Hoje é difícil trabalhar com previsão", disse.

SUBSTITUIÇÃO - Segundo a professora de nutrição e responsável pela clínica de nutrição da USCS, Emília Ishimoto, a soja e o tremoço, "que parece um botãozinho marrom", são grãos baratos e podem substituir, nutricionalmente, o feijão, porém sem o caldo para misturar com o arroz. "Mas em refogado, como uma sopa, eles ficam muito bons", disse. A soja combate o colesterol e substitui, em parte, o hormônio feminino das mulheres em menopausa, explicou Emília. Ela completa que o tremoço "é mais rico em cálcio do que o feijão e contem várias proteínas e carboidratos como ele".




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