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Crise internacional pode impactar preços do varejo
21/09/2008 | 07:33
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A crise financeira internacional fez acender o sinal amarelo nas negociações entre o comércio e a indústria para as encomendas de fim de ano.

Os pedidos para compra de equipamentos eletrônicos, eletrodomésticos e produtos de informática, por exemplo, estão praticamente fechados. Mas, com a recente valorização do dólar de 2,75% - encerrando a semana em R$ 1,831 - já há fabricantes que sinalizaram com uma possível elevação de preços.

Preocupado com um aperto ainda maior no crédito para o consumidor, o varejo também está em estado de alerta e considera a possibilidade de reduzir as quantidades encomendadas, se o quadro piorar.

Apesar das incertezas, a crise internacional não deve estragar a festa de fim de ano, concordam empresários do comércio, da indústria e economistas. A expectativa é que o volume de vendas em dezembro aumente cerca de 6% em comparação ao mesmo período no ano passado, calcula o diretor da RC Consultores, Fabio Silveira, com base na Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em dezembro de 2007, o varejo ampliou as vendas em 9,5% em relação a 2006. "O Natal do ano passado foi o melhor dos últimos dez anos, mas, se a taxa básica de juros continuar subindo, as vendas deste ano serão mais fracas", calcula o economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Emílio Alfieri.

Alfieri observa que somente por fatores internos, como a elevação, desde abril, da taxa básica de juros, a Selic - hoje em 13,75% ao ano -, é esperado um crescimento menor nas vendas. Agora, com a piora do cenário externo, a tendência poderá ser de uma perda de fôlego ainda maior no comércio varejista.

As Lojas Cem, por exemplo, projetam agora crescimento de 10% nas vendas em dezembro na comparação com as do mesmo período de 2007. Até o mês passado, a rede, com 168 lojas, previa um acréscimo de 15% no período. "Houve mudança de expectativa, mas ainda continuo projetando crescimento", observa o supervisor-geral da rede, Valdemir Colleone.

A Whirlpool, por exemplo, que fabrica fogões, geladeiras e máquinas de lavar das marcas Cônsul e Brastemp, está reajustando, em média, em 5% os preços.

Segundo o diretor-comercial e de Logística da companhia, Sérgio Leme, o aumento não está relacionado com o agravamento da crise internacional, mas a pressões de custos acumuladas ao longo do ano que não tinham sido repassadas.




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