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PT pede fim da Festa Italiana em S.Caetano
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
08/08/2008 | 08:57
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A coligação Amor por São Caetano, encabeçada pelo candidato petista à Prefeitura, Jayme Tortorello, solicitou à Justiça Eleitoral o cancelamento da Festa Italiana, realizada na cidade aos fins de semana até o dia 31 de agosto. Na ação, a aliança de oposição pede ainda a cassação da candidatura à reeleição do prefeito José Auricchio Júnior (PTB), por suposta propaganda eleitoral que utiliza a festa para promover sua reeleição. Em parecer, o Ministério Público sugeriu à Justiça Eleitoral a paralisação do evento.

A 16ª edição da Festa Italiana, dentre outras atividades, faz parte dos festejos de aniversário de 131 anos do município. A divulgação do evento, segundo a coligação, foi feita em cartazes produzidos pela Prefeitura e espalhados pela cidade, além de estar no material informativo da campanha de Auricchio. A oposição alega que o fato de a programação estar presente tanto na publicidade da administração quanto na do candidato estabelece vínculo psicológico, mental e emocional com o eleitor, pois relaciona a festividade ao petebista.

O parecer, que também recomenda que Auricchio não compareça às atividades do calendário festivo, foi encaminhado ao juiz Dagoberto Jerônimo do Nascimento, que ontem determinou que a ação seja conduzida pela 166ª Zona Eleitoral, aleganda não ser de sua competência a apreciação de matérias que visam anular registros de candidaturas.

Agora, o processo praticamente será reiniciado. Irá para a juíza Milena Dias, que poderá pedir novo parecer do MP. A defesa e a acusação apresentarão novos argumentos e provas para, posteriormente, a magistratura emitir decisão. Após esses trâmites, cabem recursos que serão encaminhados a instâncias superiores da Justiça Eleitoral.

Os três candidatos ao Palácio da Cerâmica repulsaram o cancelamento da Festa Italiana. Mesmo o candidato da coligação que pediu a anulação da festividade foi contra a interrupção. Jayme Tortorello ressaltou que é "totalmente contra" a paralisação do evento. "Tem de haver punição para quem se beneficiou da atividade", destacou o petista.

O postulante ao Executivo pelo Psol, Horácio Neto, usou discurso semelhante. "Nesse caso, haverá ônus para a população. A festa já é tradicional e, se ocorreu abuso de poder, as conseqüências têm de ser para o candidato Auricchio."

Na ação, a coligação formada PT, PPS e PCdoB solicita o cancelamento dos eventos descritos no informativo de Auricchio. O advogado da aliança, Carlos Eduardo de Arruda, enfatiza que a peça acusatória não seria concluída sem que houvesse o pedido de anulação da festa, pois está inserida num contexto jurídico. "Pedimos a paralisação do evento e a cassação da candidatura do prefeito. Ele usa a atividade em benefício político", explicou o advogado. "Isso afeta a igualdade de oportunidades entre os candidatos", completou.

Auricchio disse que ficou "chateado" e classificou a ação como "exagerada". Ressaltou que sempre participou da Festa Italiana como chefe do Executivo e criticou a postura do adversário em travar embate no campo jurídico. "Eleição tem de ser caracterizada por debates, propostas." O petebista ressaltou que não deixará de comparecer ao evento.




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