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Compra coletiva economiza até 30%
Cristiane Bomfim
Do Diário do Grande ABC
07/07/2008 | 07:14
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Formar grupos de pessoas para comprar alimentos no atacado, como frutas, verduras e legumes, é uma boa maneira de minimizar os efeitos da alta de preços no bolso do consumidor. A substituição de feiras livres e sacolões por endereços em que a venda atacadista é predominante pode representar economia de até 30%. O percentual refere-se à margem de lucro do varejo, embutida no preço final.

"A prática da compra coletiva permite a aquisição de produtos em grande quantidade. Isso traz benefícios como o poder de barganha. É uma atitude bastante recomendada em períodos de inflação crescente", explica o professor de economia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Gilson de Lima Garófalo.

Os alimentos são um dos principais responsáveis pela elevação dos índices de inflação, que nos últimos doze meses chegou ao patamar de 5,57%, segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

De olho no orçamento doméstico, a cada 15 dias o advogado de Santo André Valdir Montagner, 66 anos, percorre os boxes da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) na companhia de seus irmãos.

Mercadorias básicas de consumo para as respectivas famílias são adquiridas em caixas. O valor total dos gastos é rateado entre os irmãos e os produtos, divididos. "É uma economia significativa. Vou à feira só para comprar alguns produtos que não dá para dividir", conta.

ENTREPOSTO - Localizada na Avenida dos Estados, em Santo André, a Craisa comercializa mensalmente cerca de 12 mil toneladas de produtos hortifruti. São 63 boxes, espalhados em um galpão que abriga mais de 100 produtores e intermediários atacadistas - a maioria do Interior paulista. Os clientes são normalmente feirantes, donos de mercadinhos de bairro (que revendem os produtos no varejo), empresas que têm restaurante para funcionários, escolas e hotéis da região.

No local, os clientes pagam R$ 15 por uma caixa de banana nanica (com 15 dúzias), o que equivale a R$ 1 a dúzia. No mercado, o mesmo produto é vendido por R$ 1,45 a dúzia. Na feira, o preço varia entre R$ 2 e R$ 2,50.

A caixa de alface, com 24 unidades, é vendida na Craisa por R$ 12 - ou R$ 0,50 cada pé. Na feira, a unidade custa ao consumidor, em média, R$ 1, o mesmo preço praticado nos hipermercados. "A gente aconselha as pessoas a organizarem grupos porque, além de sair mais barato, está menos mexido e amassado", afirma o produtor de verduras Adelino Alberto Careca. Ele comercializa há 22 anos os produtos plantados em sua chácara, em Suzano.




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