Política Titulo Falha
Rogério alfineta atuação de Cassimiro em Mauá

Presidente da Câmara cobra melhora na 'comunicabilidade'

Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
17/12/2011 | 07:50
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Em balanço das ações promovidas pela Câmara de Mauá em 2011, o presidente da Casa, Rogério Santana (PT), alfinetou seu companheiro de partido e secretário de Governo, José Luiz Cassimiro, responsável pela articulação do Executivo com o Legislativo. O vereador atribuiu o envio de projetos do Paço em cima da hora e a consequente pressão para os parlamentares votarem propostas sem analisá-las integralmente à "falha na comunicabilidade" da administração.

"O Executivo tem de melhorar a comunicabilidade. E comunicar não é avisar. É sentar com a base de sustentação e discutir os projetos para evitar este sentimento de que são enviados no afogadilho", sugeriu.

Encaminhar textos "no afogadilho" foi prática corriqueira realizada pelo governo neste ano. O estopim do descontentamento dos vereadores ocorreu terça-feira, quando o Executivo enviou seis projetos para a Câmara votar já com a última sessão de 2011 em andamento. Exaltado, Ivan Gomes, o Batoré (PP), deu um forte tapa na mesa da presidência e xingou Cassimiro.

Pela interferência da administração, muitos vereadores foram à tribuna reclamar e, em discursos inflamados, defender a autonomia do Legislativo, que muitas vezes não se comprovou na prática. Exemplo foi a votação do Programa de Parcelamento Tributário Municipal, que tramitou duas vezes na Casa. Na primeira delas, em setembro, foi aprovado com emendas da oposição. Oswaldo rejeitou as alterações e reenviou o texto original ao Parlamento, deixando claro que não aceitaria mudanças. Em outubro, foi aprovado na íntegra.

"Por princípio constitucional, a Câmara é autônoma, mas há correlação de forças. No caso do PPTM, a Câmara foi autônoma num primeiro momento, e, no segundo, viu que quem perderia com a briga seria o povo. O Executivo foi tático. O ônus por não aprovar cairia sobre nós", argumentou o presidente. "Temos de jogar o jogo, mas sem perder o foco do que é melhor para o povo." 

VACILOS

No balanço, Rogério Santana admitiu que a Câmara cometeu pelo menos dois vacilos no período em que está na presidência - assumiu em 2009. O primeiro foi ter votado a Zona Azul no escuro, em 2010. "Não ter limitado para que atingisse exclusivamente os eixos comerciais foi vacilo nosso."

A outra falha, segundo ele, se deu neste ano, nas discussões do Orçamento de Mauá para 2012, que foram pautadas meramente pelas subvenções destinadas a entidades assistenciais. "Poderíamos ter feito um grande debate sobre onde investir os R$ 125 milhões (a parcela prevista para investimentos é R$ 116,5 milhões). Faltou sensibilidade."

Do Orçamento de R$ 19 milhões neste ano, a Câmara devolverá entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para o Paço. A abertura de licitação para a ampliação da Casa (que terá mais seis vereadores a partir de 2013) e a realização do concurso público, prometida para 2011, deverão ser executadas no primeiro trimestre de 2012.




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