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Russos elegem nova Duma no cenário da guerra
Do Diário do Grande ABC
18/12/1999 | 16:57
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Cento e sete milhoes de eleitores russos estao sendo convocados para eleger neste domingo a nova Duma, câmara baixa do Parlamento, um referendo que tem a guerra na Chechênia como cenário, além de representar um teste para as presidenciais de junho do ano 2000.

O primeiro-ministro Vladimir Putin dirigiu apelo sexta-feira noite a toda a naçao para que compareça às urnas, apesar de uma campanha marcada por acusaçoes de todo o tipo. ``O destino de nossos filhos, de nossos netos, depende dos rumos que tomarmos no dia 19 de dezembro, assim como o destino da Rússia no próximo século', declarou Putin em discurso transmitido pela TV.

Num país onde a Constituiçao concede mais poderes aos presidentes que aos deputados, a formaçao da nova Duma será sobretudo decisiva pela chegada de novas forças que poderiam mudar a paisagem política do país.

Também representa um teste ante as eleiçoes presidenciais de junho, nas quais se prenuncia uma dura luta entre o ex-primeiro-ministro Evgueni Primakov, à frente de uma nova coalizao, e o atual chefe de governo, Vladimir Putin, apoiado pelo bloco Unidade (centro-direita). Conscientes disso, três candidatos anunciaram na sexta-feira sua candidatura oficial à sucessao do presidente Boris Yeltsin.

Entre os 26 grupos em disputa, os comunistas, dotados de um eleitorado constante entre os aposentados, chegam em primeiro lugar nas últimas pesquisas divulgadas quarta-feira, com 20 a 29% dos votos. Em segundo lugar está o bloco pró-Kremlin criado no final de setembro, o Unidade, com 13 a 20% das intençoes de voto. Apoiado pelo muito popular Vladimir Putin, falcao da guerra na Chechênia, o Unidade subiu espetacularmente nas pesquisas. Seu líder, o ministro de Situaçoes de emergência, Serguei Shoigou, mostra-se quase que diariamente entre os refugiados de um conflito amplamente apoiado pela populaçao russa.

Mas o anúncio-surpresa de Primakov, sexta-feira-passada, pode limitar as otimistas previsoes do Unidade. Primakov, o homem que trabalhou pela estabilidade da Rússia depois da crise financeira de agosto de 1998, escolheu com efeito o momento oportuno para declarar-se candidato à presidência, apenas dois dias antes da eleiçao legislativa. Esta decisao permitirá melhorar o resultado de sua coalizao OVR, que segundo as pesquisas - anteriores à sua declaraçao - obteria entre 10 e 16% dos votos.

Já o partido reformista de oposiçao Iabloko, de Grigori Iavlinski -que também anunciou sexta-feira sua candidatura presidencial- conseguiria de 7 a 9%, e o dos liberais (SPS) do ex-primeiro-ministro Serguei Kiriyenko, entre 5 e 10%. Já o ultranacionalista Vladimir Jirinovski, outro candidato declarado à presidencial, pode nao superar o umbral dos 5% de votos.




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