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Fluence desbanca sedãs
Honda Civic e Fiat Línea
Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
26/01/2011 | 07:14
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Claudinei Plaza / DGABC




Boa parte da imprensa especializada reconhece: o Renault Mégane não merecia a aposentadoria melancólica que teve. O bom custo-benefício e o conjunto mecânico agradável não foram capazes de garantir sobrevida ao três-volumes marcado pelo fracasso nas vendas. Persistente, a Renault inicia outra investida entre os sedãs médios, agora com o Fluence.

E para avaliar o modelo feito na Argentina, colocamos sua versão de entrada Dynamique com câmbio manual diante do Fiat Linea HLX e do temido Honda Civic LXS.

CUSTO-BENEFÍCIO - Dos três participantes deste embate, o mais em conta é o Fiat, partindo de R$ 58.650 - R$ 1.340 menos que o Renault. O Honda, por sua vez, é o mais caro, com ‘salgado' preço de R$ 66.660 - R$ 8.010 a mais que o Linea.

No entanto, quando analisados os itens de série, o Fluence salta aos olhos com melhor pacote. Enquanto freios ABS, rádio CD player com MP3, rodas de liga leve e trio elétrico são comuns a todos, o Renault tem extra seis air bags (Civic e Linea entregam apenas bolsas infláveis frontais) e ar-condicionado automático de duas zonas.

DESEMPENHO - Vamos para o asfalto e sentir o rodar destes três. Com motor de maior cilindrada - 2.0 16V Hi-Flex herdado do Nissan Sentra - , o Fluence foi melhor. Com maior torque (20,3 mkgf) em menor faixa de torque (3.750 rpm), o Renault é ligeiro na cidade. E o fato de ter câmbio de seis marchas - os outros trazem caixas de cinco - , ele é mais confortável e silencioso nas estradas.

Menos potente entre os concorrentes, o Linea evoluiu em agilidade graças ao novo motor 1.8 E.TorQ. Mas o câmbio de engates imprecisos e o barulho elevado na cabine contam pontos negativos ao Fiat.

O Civic mantém a excelente dirigibilidade. A dupla motor/transmissão deste Honda sugere condução mais arrojada. O conjunto, porém, pede novidades o quanto antes.

ESPAÇO E CONFORTO - Mais uma vez o Fluence ‘bate' na concorrência. Com 4,62 m de comprimento, é o maior - 6 cm superior ao Linea e 14 cm que o Civic. Oferece 2,70 m de entre eixos, assim como o Honda, e 10 cm mais que o Fiat. Porém, é no porta-malas que o Renault desbanca todos: 530 litros diante de 500 litros do Linea e 340 litros do Civic.

Os três tratam muito bem o motorista. Todos oferecem ajuste de altura dos bancos e altura e profundidade da coluna de direção. É fácil encontrar a melhor posição ao volante.

Meio ponto negativo, no entanto, para o painel de instrumentos do Renault levemente inclinado, que contrasta com o sóbrio da Fiat e o ‘moderninho digitalizado' do Civic.

Em termos de acabamento, o Fluence oferece peças sem rebarbas e de encaixes precisos. Nada requintado. Curioso - e chato - é que as peças emborrachadas, de qualidade superior, estão presentes apenas no habitáculo de motorista e passageiro dianteiro. Na parte de trás, as peças são substituídas por plástico duro.

O acabamento do Honda é sóbrio, porém deve. É muito plástico para R$ 66.660. Por tal valor um pouco mais de requinte seria bom.

O Linea, por sua vez, patina neste item. Além dos encaixes em determinados pontos serem ruins, é possível encontrar rebarbas, por exemplo, no painel de instrumentos.

VEREDICTO - Ficou nítido: o Fluence é o melhor pelo custo-benefício, espaço (destaque especial para o porta-malas de 530 litros) e desempenho. Também tem preço competitivo - é R$ 1.340 mais caro que o Linea.

Civic e Linea ficam para trás. Enquanto o Honda tem o preço pouco competitivo e porta-malas pequeno para um sedã médio, o Fiat derrapa no espaço interno e no acabamento, que poderia ser mais caprichado.

MERCADO - Ao revelar o Fluence, a Renault foi clara ao estabelecer seus objetivos: vender 20 mil unidades do sedã em 2011.

Caso a meta seja atingida, o três-volumes feito na Argentina tem tudo para desbancar o futuro aposentado Chevrolet Vectra, que ano passado ficou nos 19.974 emplacamentos, segundo a Fenabrave.

O Honda Civic, por sua vez, parece fadado ao segundo lugar. Em 2010 foram comercializadas 31.229 unidades, 23.735 menos que o líder Toyota Corolla.

O Linea não embalou - e parece que não vai embalar.Foi apenas o quinto no ranking com 12.082 vendas, atrás até do Kia Cerato.




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