Economia Titulo
Desde 1999, juro básico caiu 66,1%, de 45% para 15,25%
Fernando Bortolin
Do Diário do Grande ABC
21/07/2006 | 08:29
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Entre março de 1999 a junho de 2006, sem considerar o corte de 0,5 ponto percentual no juro básico pelo Copom (Comitê de Política Monetária), quinta-feira, o Banco Central reduziu a Selic de 45% para 15,25% ao ano, o que equivale a uma redução de 66,11% no período. Entretanto, as taxas cobradas ao consumidor final sofreram reajustes de apenas 43,80% no período, demonstrando que nem toda a redução promovida no juro chegou efetivamente ao consumidor.

A constatação é de pesquisa feita pelo economista Miguel José Ribeiro de Oliveira, da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). Segundo ele, apesar da queda de juro ser pequena ao consumidor, ela acaba tendo maior impacto na formação do prêmio pago pelo Tesouro Nacional sobre os títulos públicos.

Quando a taxa Selic cai, com ela caem os rendimentos dos títulos de Tesouro. Com isso, os bancos ganham menos ao comprar esses papéis e para aumentar seus lucros, acabam direcionando esse dinheiro, que antes ia para a compra desses papéis, para a oferta de linhas de crédito. Esse aumento de liquidez no crédito é que acaba favorecendo o consumidor, pois a concorrência entre os bancos e financeiras acarreta em juros mais competitivos.

Outro ponto lembrado pelo economista da Anefac é o fator psicológico da queda de juros. “Isso faz com que o consumidor acredite que a economia tende a melhorar, que o pior já passou e que agora terá um menor risco de perder seu emprego, o que dá a confiança para ir às compras”, diz.

Impacto – Pelo levantamento realizado pela entidade percebe-se que o corte realizado pelo Copom, mais uma vez, tem pouco impacto no bolso do consumidor. No cheque especial, por exemplo, se os bancos repassarem imediatamente o novo juro aos clientes, um financiamento de R$ 1 mil por 20 dias terá uma economia de apenas R$ 0,27 no juro final, que cai de R$ 54,07 para R$ 53,80.

A mesma situação se dá em cima dos consumidores endividados no rotativo do cartão de crédito. Aqui, a simulação mostra que R$ 1 mil por 30 dias nessa modalidade tem desconto de apenas R$ 0,40 no juro mensal, que sai de R$ 103,50 para 103,10. Ou seja, nada.



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