Economia Titulo Setor automobilístico
Montadoras reduzem empregos pelo 9º mês

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
07/11/2014 | 07:15
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O nível de emprego, entre as montadoras de veículos no País, caiu pelo nono mês seguido. Em janeiro, quando se registrou ligeiro aumento dos postos de trabalho, havia 135,5 mil pessoas atuando no segmento. Esse número foi caindo e, em outubro, passou a ser de 127,8 mil, o que significou fechamento de vagas de quase 10% nesse período.

Os dados são da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Segundo o presidente da entidade, Luiz Moan, apesar dessa redução de quadros de pessoal, as empresas do setor seguem o compromisso com o governo federal firmado em maio de 2012 que não fariam demissões de efetivos, acordo que não incluía abertura de PDVs (Programas de Demissão Voluntária) e cortes de temporários, por exemplo.

PDVs, juntamente com instrumentos como lay-off (suspensão temporária de contratos de trabalho) e licenças remuneradas, como adotados na Mercedes-Benz, Volkswagen e General Motors neste ano, são uma forma de ajustar a produção à demanda reduzida e aos estoques, que seguem elevados. De acordo com dados de outubro, há 413 mil unidades (de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) nos pátios das fábricas e nas concessionárias, o que corresponde a 40 dias, tempo necessário para a comercialização pelo ritmo atual do mercado. Em setembro, eram 41 dias. Segundo Moan, para reduzir os estoques há duas maneiras, promoções, para aumentar o volume de vendas e ajustes na produção.

A fabricação de carros diminuiu 2,5% em outubro em relação a setembro e, nos primeiros dez meses, está 16% menor na comparação com igual período de 2013. Por sua vez, as promoções ajudaram o setor a ampliar em 3,6% as vendas em outubro frente ao mês anterior. Apesar da melhora, a indústria automobilística ainda amarga queda de 8,9% no volume vendido neste ano até agora. E mesmo com os números negativos, a Anfavea mantém a projeção de queda de apenas 5,4% na comercialização no fechamento de 2014 em relação ao desempenho do setor em 2013.

O segmento espera melhora nas vendas no fim do ano, porque deve ser sancionado, pela presidente Dilma Rousseff, projeto de lei que facilita a retomada do bem por parte do banco, em caso de inadimplência, e por causa do fim do desconto no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os carros em 31 de dezembro, o que pode levar consumidores a comprar automóveis antes que o preço aumente.

FROTA - Programa para a renovação da frota de caminhões, alinhavado entre o governo federal e diversas entidades do setor automobilístico, incluindo a associação das montadoras, de concessionárias, Sindicato das Metalúrgicos do ABC, entre outras, deve sair do papel até o fim do ano. Essa é a expectativa da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Segundo o vice-presidente da Anfavea, Luiz Carlos Gomes de Moraes, já está tudo acertado e agora só falta o governo anunciar o lançamento do projeto, destinado a tirar de circulação caminhões com mais de 30 anos de idade. Atualmente, há cerca de 230 mil veículos de carga com esse tempo de uso e a ideia é que o dono desse bem receba crédito tributário no valor médio de R$ 30 mil, para ter desconto na compra de um seminovo, na faixa de dez anos. O caminhão seria destinado a recicladoras, para a separação de peças, para virar sucata.

A iniciativa poderia movimentar as vendas até dos zero-quilômetro, mas há outros objetivos: a redução da emissão de poluentes desses modelos mais antigos e a diminuição de acidentes causados por veículos em condições precárias. Moraes acrescenta que, no plano, os Estados podem oferecer condições tributárias especiais, mas isso não seria obrigatório. Cada governo estadual ficaria livre para decidir se ofereceria ou não benefícios, dentro do programa.
 




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