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Debate em SP continou atrás das câmeras
José Afonso Primo
Colunista do Diário
28/10/2000 | 19:58
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As entrevistas coletivas que os candidatos a prefeito de Sao Paulo, Marta Suplicy (PT) e Paulo Maluf (PPB), concederam à imprensa na sexta, depois do debate na Rede Globo, foram um prolongamento do encontro diante das câmeras da televisao. Um pouco mais nervoso, o pepebista repetiu o que vinha dizendo no ar, ou seja, que sua adversária nao respondeu às suas perguntas sobre segurança pública, geraçao de emprego e que prometeu levar os sem-teto para ocupar imóveis no centro da cidade.

Paulo Maluf chegou a insinuar que a petista havia tomado tranqüilizante para ir ao programa. "Vocês nao repararam como ela estava estranha?", indagou aos jornalistas. Questionou um repórter se ele era procurador de Luiz Inácio Lula da Silva, só porque o profissional fez uma pergunta sobre o uso de fita no programa eleitoral do pepebista, na qual o presidente de honra do PT se refere, em tom de brincadeira, ao município gaúcho de Pelotas como "exportador de veados".

A concorrente petista iniciou a entrevista dizendo que se sentia muito confortável com os últimos resultados das pesquisas e com o resultado do debate. Mas emendou: "A gente nunca pode sentar na cadeira antes de abrir a urna". Indagada se ela nao poderia sair prejudicada com as acusaçoes segundo as quais o PT foi solidário com os seqüestradores do empresário Abílio Diniz, em 1989, e por causa da frase de Lula em Pelotas, Marta Suplicy aproveitou para dar uma longa resposta.

A candidata petista disse que na época o "PT foi a vítima, porque foi responsabilizado pela imprensa nacional como sendo o grupo, o partido que tinha feito o seqüestro. Entao, a nossa presença veio para manifestar a solidariedade do Partido dos Trabalhadores ao seqüestrado. Com relaçao à prisao dos seqüestradores, foi porque eles já tinham pago a sua pena e adquiriram o direito à liberdade condicional e aí houve a intermediaçao da Igreja e de grupos internacionais. E como o PT defende os direitos humanos, se posicionou a respeito". Com relaçao ao que Lula disse em Pelotas, Marta Suplicy afirmou que "foi um comentário de mau gosto e infeliz".

O ex-prefeito Paulo Maluf ressaltou na entrevista que o debate mostrou dois candidatos: "dona Marta que está administrativamente desqualificada, porque nao respondeu sobre segurança, disse que vai acabar com o PAS (Plano de Atendimento à Saúde), que quer recuperar o centro da cidade trazendo os sem-teto para morar lá", e ele mesmo. Segundo o concorrente do PPB, a petista nao soube informar quantos empregos gerou o projeto da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuro) que ela quer implementar na cidade. Marta Suplicy propoe um programa de empregos em parceria com a BM&F e disse que vai gerar 120 mil empregos.




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