A primeira sessão após tumulto de terça-feira, realizada ontem na Câmara de Santo André, serviu para os vereadores da bancada independente aprofundarem críticas à postura de militantes do PT, desta vez utilizando a tribuna da Casa. Em contrapartida, a maioria do grupo afagou o prefeito Carlos Grana (PT), isentando o petista de qualquer participação na manifestação que causou o encerramento das atividades no plenário. Alguns, inclusive, falaram publicamente que “não haverá resistência” há projetos do governo no Legislativo.

O vereador Evilásio Santana, o Bahia (DEM), argumentou que “é muito ruim” se sentir acuado. Segundo o democrata, o episódio pode influenciar apenas no sentido de a presidência da Câmara não ficar nas mãos do PT, só que descarta entrave para o andamento da gestão. “(Situação) Não atrapalhará o bom desenvolvimento do governo. Não vai virar bandalheira, não somos moleques. Já conversamos com o prefeito”, frisou. Depois do episódio de conflito, Grana ligou para alguns parlamentares para conter ânimos acirrados.

Ao comentar a articulação pela direção da mesa diretora, Ailton Lima (SD) minimizou o fato e disse que não vê clima de formação de G-12, ala com 12 vereadores que venceu disputa em 2013. “A questão do grupo saiu no calor das provocações. Queríamos apenas dar resposta à altura (ao PT), um basta como desabafo, pois não tivemos oportunidade de falar na sessão passada. Fomos impedidos”, alegou, ao defender Grana. “Não foi movimento do prefeito, que tem boa relação. Quando me vê, desmonta qualquer sentimento de contenda.”

AUDIÊNCIA

A audiência pública sobre o Orçamento de 2015 foi cancelada – ato ocorreria ontem na Câmara. O presidente do Legislativo, Donizeti Pereira (PV), afirmou que os parlamentares devem acertar a presença de integrante do secretariado de Grana para quinta-feira.