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Zelador se profissionaliza ao residir fora do condomínio
Vivian Costa
Do Diário do Grande ABC
15/02/2009 | 07:14
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O zelador, considerado tradicionalmente braço-direito de síndicos e moradores de condomínios residenciais, vem aos poucos deixando de residir nos edifícios de São Paulo. Para José Maria Bamonde, gerente de relações humanas da Lello Administração de Imóveis, especializada em condomínios, esta é uma realidade, principalmente nos empreendimentos mais recentes.

Um balanço realizado pela Lello, 15% dos cerca de 1,100 condomínios gerenciados pela empresa na cidade de São Paulo o zelador apenas trabalha no horário comercial e mora em outro lugar. "Isso está cada vez mais comum. Nos empreendimentos novos nem há um espaço destinado para o zelador", explica. Há dez anos apenas 3% a 4% dos condomínios não tinham zelador em tempo integral, morando com a família no local.

Bamonte afirma que boa parte dos condomínios do Grande ABC prefere que o zelador resida fora. "Principalmente a cidade de Santo André, onde 80% dos zeladores não moram com a família no empreendimentos", diz.

Um dos motivos para essa mudança é a necessidade de economia nos condomínios, que, além de pagarem os salários dos zeladores, arcavam com os custos de moradia para o profissional e sua família, incluindo cota condominial, energia elétrica, IPTU, água e outros encargos.
Para Bamonde, com o tempo os síndicos começam a perceber que não havia necessidade de ter um funcionário morando no condomínio em tempo integral. "Muitas vezes, residir no local do trabalho pode ser prejudicial para o zelador e para o condomínio", explica. Segundo ele, muitos profissionais preferem não morar no condomínio para preservar sua vida privada. "Muitas pessoas chamam o zelador fora de hora, e consequentemente, paga-se por isso".

O executivo afirma que o salário não sofre alteração. "Mesmo o condomínio economizando com a ausência do profissional, seu salário não sofre reajustes. Pelo contrário, são os moradores que economizam", acrescenta.

Para o presidente da Aabic (Associação da Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), José Roberto Graiche, a figura do zelador é primordial nos edifícios antigos. Ele afirma que o empregado precisa se reciclar para se manter no emprego. "Os condomínios exigem cada vez mais profissionais qualificados. Tem alguns que exigem que seus zeladores façam cursos profissionalizantes como combate de incêndio, segurança, encanamento, entre outros".

A grande maioria dos zeladores da cidade é homem, com idade média de 40 anos e Ensino Fundamental completo. Segundo Grache, o salário do zelador varia entre R$ 900 e R$ 1.500.

GERENTE PREDIAL
O presidente da Aabic conta que os novos empreendimentos e nos mais complexos - aquele que têm lavanderia, salas especializadas por exemplo - , as administradoras têm substituído a figura do zelador pelo gerente predial. "Este profissional tem que fazer mais que um zelador, porque ele tem que administrar áreas comuns, como lavanderias, ajudar resolver conflitos. "Por isso, há a exigência de nível universitário. O salário dele pode girar entre R$ 1.000 e R$ 3.000", afirma.




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