Três jornalistas foram vítimas da guerra no Afeganistão neste domingo. Os correspondentes Johanne Sutton, 35 anos, da Rádio França Internacional, Pierre Billaud, da rádio francesa RTL e Volker Handloik, da revista alemã Stern, morreram quando soldados da Aliança do Norte que eles acompanhavam caíram em uma emboscada talibã no Nordeste do Afeganistão. A informação é do comandante da Aliança do Norte, Mohammad Abdulá.

Os jornalistas faziam a cobertura da guerra a bordo de um tanque da Aliança do Norte, quando houve a emboscada e eles foram atingidos por tiros. Um fotógrafo alemão, uma correspondente francesa da emissora France Culture e um jornalista canadense da Gazeta do Canadá escaparam da emboscada. Os corpos das vítimas foram levados para Haratai.

Ainda neste domingo, o repórter americano Gary Scurka, cinegrafista do canal National Geographic, foi baleado na perna direita em confronto entre forças do Talibã e da oposiçao em Takhar, ao Norte do país.

É a primeira vez que jornalistas morrem no Afeganistão desde o início do ataque americano, em 7 de outubro. "Caímos em uma emboscada clássica, principalmente com lançamento de mísseis. Alguns de nós caíram do tanque, que ia muito rápido e continuou seu caminho", contou à AFP Veronique Rebeyrotte, da rádio France Culture. A emboscada aconteceu na frente de Shatarai, perto da fronteira com o Tadjiquistão, onde aconteceram combates nos últimos dias.

Biografia. Sutton era repórter da Radio France International (RFI) desde 1997. Nascida em Casablanca, no ano de 1966, formou-se no Instituto de Estudos Políticos de Paris e na Escola Superior de Jornalismo de Lille. Começou a trabalhar na RFI durante a guerra do Golfo. Após atuar como correspondente em Londres, de 1996 a 1997, dirigiu o serviço de reportagens e sociedade da RFI, mas preferiu se dedicar totalmente à reportagem e ao jornalismo investigativo. Cobriu conflitos em Macedônia, Kosovo e Oriente Médio.

Billaud, 31, cobriu para a RTL todos os conflitos dos últimos anos. Era formado em Jornalismo e fazia grandes reportagens desde setembro de 1999. Cobriu conflitos em Israel, Kosovo, Argélia e Afeganistão.

Handloik, 40, fazia reportagens para a "Stern" há 10 anos. Ele também trabalhava para a "Geo", "Spiegel-Reporter" e "Focus", precisou Frank Pluemer. Repórter veterano, Handloik estava na região desde o início de outubro, trabalhando para a "Stern". Falava russo e espanhol, e costumava viajar para as ex-repúblicas soviéticas e a América do Sul. Nascido em Rostock, Nordeste da Alemanha, era casado e não tinha filhos.

Condolências — O primeiro-ministro da França, Lionel Jospin, divulgou comunicado manifestando sua "enorme tristeza" pela morte de Johanne. No documento, ele apresenta as condolências do governo à família.