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Prosseguem os protestos em frente à embaixada do Brasil em Quito
Da AFP
22/04/2005 | 20:33
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Os protestos continuaram durante toda sexta-feira em frente à embaixada do Brasil em Quito, com os manifestantes pedindo para que não fosse dado o salvo-conduto ao presidente deposto, Lucio Gutiérrez, que permitiria a ele deixar o país em direção a Brasília. A embaixada está cercada desde a quarta-feira.

A fachada da embaixada, protegida por cerca de 20 policiais, já exibe os estragos do protesto: manchas amarelas nas paredes devido aos ovos e restos de lixo atirados. Os manifestantes afirmam que permanecerão diante da sede brasileira a fim de impedir que o ex-presidente deixe o país.

O chanceler equatoriano, Antonio Parra Gil, disse nesta sexta-feira que o governo do presidente Alfredo Palacio estudará "com calma" a concessão de um salvo-conduto a Gutiérrez. A declaração deu certo alento aos foragidos (como são chamados os equatorianos que foram às ruas para forçar a queda de Gutiérrez na quarta-feira), que fizeram convocações para que mais pessoas se concentrassem e "acampassem" em frente à embaixada brasileira.

"Eu também sou um foragido", é um lema que ficou popular na última semana e que pode ser visto até nos pára-brisas de automóveis, numa resposta imaginativa e irônica dos equatorianos a Gutiérrez, que havia dito que as manifestações contra seu governo eram obra de "um grupo de foragidos". As manifestações obrigaram o fechamento da avenida 12 de Outubro, onde se localiza a embaixada.

Entre os manifestantes, um empresário equatoriano identificado como César Vallejo estacionou seu automóvel de luxo em frente à porta principal da embaixada brasileira. "Não sairei daqui até levar Gutiérrez em meu carro ao presídio", disse Vallejo.

Ao seu lado, uma professora aposentada se queixava que os equatorianos "possuem grandes quantidades de petróleo, mas morrem de fome". Carmen Paredes Fernández, que diz ser filha de brasileira, mostrava um cartaz que dizia em português: "Lula: que vergonha, você leva a carniça". Um outro cartaz dizia: "Lula, amigo, devolva o inimigo".

Em meio ao frio da madrugada de Quito, os manifestantes gritavam "Não durma, miserável!", enquanto pequenos grupos de jovens colocavam música no volume máximo.




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