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Régis Bittencourt completa 40 anos
Do Diário do Grande ABC
08/04/2000 | 17:57
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A rodovia Régis Bittencourt (BR-116), entre Curitiba e Sao Paulo, já tem 40 anos, mas conserva o apelido que reflete a sua precária situaçao. A Rodovia da Morte, como é conhecida, registrou 3.154 acidentes em 1999, com 185 mortos e 1.239 feridos, pelos dados da Polícia Rodoviária Federal. Nos dois primeiros meses de 2000, 40 pessoas morreram, 43% a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado. E a situaçao poderá continuar assim durante alguns meses. Só em julho do ano que vem é que as obras de duplicaçao e melhoria devem estar concluídas.

Na última terça-feira, um acidente no quilômetro 364, próximo à cidade de Miracatu, matou 17 e feriu 29. Num trecho de pista simples, um caminhao de carga nao conseguiu fazer a curva, muito fechada. O contêiner que ele carregava passou para a outra pista e atingiu um ônibus com 44 passageiros, que seguia de Curitiba para Sao Paulo. A tragédia chocou pelo número de vítimas fatais, mas nao foi novidade nessa rodovia em que se alternam trechos de pista dupla e simples, em meio a curvas perigosas, desvios e obras.

Em 2 de fevereiro, outro acidente também nas proximidades de Miracatu matou seis pessoas e deixou quatro feridas. Uma van e dois caminhoes se chocaram, a apenas 17 quilômetros do local do acidente da última segunda-feira. O acidente mais grave registrado na Rodovia da Morte aconteceu em dezembro de 1993, quando um ônibus transportando 116 passageiros chocou-se com um Fiat Uno. O ônibus despencou de uma ribanceira, causando a morte de 41 pessoas. O acidente ocorreu no quilômetro 112, perto de Curitiba.

Praticamente toda a extensao da Br-116 no Paraná está duplicada. Em Sao Paulo, no entanto, dos 300 quilômetros que faltam, só foram duplicados 195,5. Os trechos de pista simples sao os mais perigosos. A duplicaçao reduz em 50% o número de acidentes. A reforma diminui o número de mortes em 80% e de feridos em 70%. As informaçoes sao do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER).

A construçao da Br-116 fez parte do Plano Qüinqüenal de Obras Rodoviárias, do presidente Juscelino Kubitschek. Quando foi inaugurada, em 1960, chamava-se via Panamericana. Para o entao presidente JK, era uma rodovia para ``integraçao nacional'.

A Br-116 tem 409 quilômetros, de Sao Paulo a Curitiba. É uma das três rodovias que formam o Corredor Mercosul, um dos pilares do programa Avança Brasil, do governo federal. O projeto pretende duplicar e reformar 660 km de estrada, envolvendo ainda a Br-376 (Curitiba-Garuva, divisa com SC), e Br-101 (Garuva-Florianópolis).

O investimento objetiva ampliar a rota e o transporte da produçao e das pessoas da regiao Sul e dos países vizinhos. Para a Régis Bittencourt, as obras tem o custo de R$ 658 milhoes - dos quais R$ 230 milhoes sao destinados ao trecho paranaense e R$ 428 milhoes serao gastos no paulista - e devem ser concluídas em junho de 2001. Segundo o DNER, o cronograma está em dia.

Apesar de inacabada, a duplicaçao da Rodovia do Mercosul foi decisiva para a implantaçao de empresas como a Renault e a Audi no Paraná. Cerca de 80% das peças da Volvo sao transportadas, da Grande Sao Paulo para Curitiba, em dez carretas por dia.




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