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Ipea: cresce número de indigentes na regiao Norte
Do Diário do Grande ABC
15/11/1999 | 16:42
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A regiao Norte é a única do Brasil em que cresceu o número proporcional de indigentes nesta década, segundo dados apurados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e aproveitados no parecer do deputado Roberto Brant (PFL-MG), relator da Comissao Mista de Combate à Pobreza.

O relatório considera como indigente toda família com renda mensal per capita inferior a R$ 40. Nesta situaçao, o Nordeste é a regiao que concentra o maior número de indigentes, com o Maranhao em pior situaçao, tendo 43,11% de sua populaçao abaixo do nível de pobreza. O Piauí é o segundo Estado em indigência, com 40,25% de sua populaçao nesta situaçao. Mas em ambos os Estados a evoluçao social é positiva nesta década.

Em 1990, o Maranhao tinha 49,39% da sua populaçao como indigente e o Piauí, 61,15%. A queda da indigência aconteceu em todos os Estados do Nordeste. Mesmo Estados como Alagoas, que passou por duas tumultuadas administraçoes (Geraldo Bulhoes e Divaldo Suruagy), apresentaram queda de índice. No caso alagoano evoluiu-se de 39,59% para 28,64% de indigentes. O recuo mais significativo foi o do Rio Grande do Norte, onde o índice recuou de 40,13% para 23,65%, tornando-se o menor de toda regiao. Ainda assim, muito superior ao número nacional, que era de 21,35% em 1990 e caiu para 14,83% em 1997.

Já na regiao Norte o número de miseráveis aumentou em quatro dos sete Estados durante esta década. O avanço mais brutal aconteceu em Roraima, aonde em 1990 virtualmente inexistiam famílias no nível da indigência: eram apenas 0,71% do total. Em 1997, este percentual havia pulado para 6,22%. No Amazonas, o número de indigentes quase dobrou: passou de 9,81% para 17,07%. No Amapá, o salto foi parecido: de 9,04% para 17,49%. O maior índice de indigência na regiao Norte é o de Tocantins, que aumentou de 30,55% em 1990 para 31,84% sete anos depois.

Para a vice-presidente da Comissao da Pobreza, senadora Marina Silva (PT-AC), a desestruturaçao da indústria extrativa madeireira e o fracasso das políticas de ocupaçao do solo tentadas nas décadas de 70 e 80 explica o avanço da miséria na regiao Norte. "Houve uma corrida para as cidades e um impressionante esvaziamento do interior", comenta a senadora, acrescentando que "cidades como Manaus e Rio Branco se viram sem a menor infra-estrutura para atender o novo fluxo populacional".




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