A mancha amarela sumiu mas as praias cariocas continuam impróprias para o banho segundo Carmen Lucariny, coordenadora municipal de despoluiçao. O único ponto onde ainda é possível dar um mergulho é no trecho próximo ao terminal de ônibus Alvorada, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. A coordenadora acrescenta que o tempo ruim evitou que as pessoas fossem à praia e a ausência de chuvas fortes nao provocou aumento de poluiçao. O trecho mais crítico é entre a rua Visconde de Albuquerque, no Leblon e Sao Conrado.

'É impossível classificar como próprias as praias com aquela aparência``, diz Carmen. Segundo ela, as manchas amarelas sao provenientes da gordura que se solta dos esgotos quando o mar fica agitado. Mesmo assim, teve gente que nao se intimidou com a sujeira. Foi o caso dos surfistas Michael Wilson, 16 anos, Gabriel Penna, 17 anos,e Pedro Orosco, 14 anos. O trio aproveitou para pegar onda na praia do Leblon, onde já nao se via mais a mancha amarela. 'Surfo desde os 9 anos e nunca peguei uma micose. As vezes o mar está muito mais sujo e eu mergulho assim mesmo``, conta Pedro. O amigo Gabriel acrescenta: 'Quando o cheiro fica insuportável e o mar cheio de lixo a gente nao surfa. Mas isso acontece só de vez em quando``.

Mais cautelosa, a família mineira de Belo Horizonte que chegou ao Rio na quarta-feira de Cinzas, preferiu apreciar a vista do Mirante do Leblon. 'Nós fomos ao Corcovado na quinta-feira e lá de cima dava para ver uma mancha amarela``, conta a comerciante Letícia Alvarenga, que veio com o marido, a irma e o filho. A opçao foi viajar para Cabo Frio, mas o tempo nao ajudou e a família voltou para o Rio. A veterinária Adriana Tenório e o administrador Joao Fernandes, moradores da Tijuca, também preferiram ficar no mirante. 'As vezes a poluiçao nao está às nossas vistas``, avisa Adriana.