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Despojos de Cassiano Ricardo irao para Sao José dos Campos
Do Diário do Grande ABC
14/02/2000 | 19:36
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A Academia Brasileira de Letras (ABL) liberou o traslado dos despojos do poeta Cassiano Ricardo para Sao José dos Campos - sua terra natal. A informaçao foi confirmada nesta segunda-feira pela família do imortal. Segundo a neta do escritor, Regina Célia Ricardo Gianesella, a transferência para o Vale do Paraíba ocorrerá no final de julho. A data ainda vai ser definida pela comissao formada pelo prefeito Emanuel Fernandes para acompanhar os trabalhos. "Estamos realizando o último desejo do meu avô e será sua última grande homenagem", disse Regina.

Há quase 13 anos a família de Cassiano Ricardo vem solicitando à direçao da ABL o traslado dos restos mortais que estao no mausoléu da entidade, no RJ. Ele morreu em 14 de janeiro de 1974, aos 79 anos. O poeta, o primeiro imortal do Vale do Paraíba, sempre expressou seu desejo de ser enterrado na terra natal. Além de cartas, comunicados aos familiares, o literato deixou dois poemas falando sobre isso - 'Queixa Antiga' e o 'Ultima Vontade'. Cassiano chegou a comprar, em meados da década de 60, um terreno no cemitério público de Sao José dos Campos.

Na época da morte do poeta, o entao prefeito do município, Sérgio Sobral de Oliveira, se recusou a fazer a transferência do corpo para a cidade. Apesar de o irmao mais novo do poeta, Aristides Ricardo, ter reforçado o pedido em uma longa e emocionada carta remetida ao executivo municipal. "Isto representa o reconhecimento do poeta em sua terra e a recuperaçao de sua memória", afirmou Regina, nesta segunda-feira.

O pedido de remoçao foi formalizado pela família em janeiro deste ano, em carta do filho do poeta, Cassiano Ricardo Filho, e Célia Cecília Ricardo Gianesella, ao presidente da academia, Arnaldo Neskier. O documento foi encaminhado pelo poeta Ledo Ivo, amigo do poeta e que sabia do desejo de Cassiano Ricardo em ser enterrado em sua cidade.

Na época da morte de Cassiano Ricardo, o enterro deixou de ser feito em Sao José dos Campos por interferência da terceira mulher do poeta, que decidiu deixá-lo no mausoléu da ABL. "Ser sepultado no Rio contrariou tanto a vontade do meu avô como de todos seus parentes", afirmou Regina.




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