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Romênia reconhece gravidade de contaminaçao ambiental
Do Diário do Grande ABC
17/02/2000 | 18:10
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A Romênia reconheceu nesta quinta-feira pela primeira vez a gravidade da contaminaçao provocada em seus rios pelo vazamento de cianureto de uma mina de ouro. A fauna silvestre e os rios da Hungria e da Iugoslávia também foram atingidos pelo vazamento dos produtos da mina Aurul S.A, administrada em conjunto por australianos e romenos. A Comissionada da Uniao Européia para a Proteçao Ambiental, Margot Walstroem, insinuou que a empresa de mineraçao deverá ser obrigada a pagar pelos prejuizos. Já a Ministra de Ambiente da Romênia, Romica Tomescu, disse que "deploramos este infeliz acidente que nem a Aurul SA nem a Romênia desejavam", declarou a ministra em conversa com jornalistas em Szolnok, Hungria, para depois acrescentar que "a Romênia nao quer ocultar nem relativizar a extensao do acidente".

A Comissionada européia, que também esteve em Szolnok para inspecionar o rio Tisza, declarou que existe grande unanimidade no sentido de que quem contaminou deve pagar os prejuízos, indicando que a UE - Uniao Européia - concederia recursos para a limpeza dos rios atingidos. "Devemos formar uma força tarefa internacional para avaliar os prejuízos e reduzir os efeitos da contaminaçao".

Walstroem chegou à Baia Mare em um aviao militar húngaro para inspecionar a ona onde o cianureto derramou nos rios depois de ultrapassar um dique de contençao na mina. O produto chegou à Hungria e Iugoslávia pelos rios Szamos e Tisza antes de voltar à Romênia pelo Danúbio. Nas regioes sul e oeste da Ucrânia, as autoridades proibiram, nesta quinta-feira, a utilizaçao da água do Danúbio, temendo a contaminaçao de seus rios pelo cianureto, disse o Ministério de Situaçoes de Emergência.

Tomescu declarou que o desastre ambiental acontece no pior momento, já que a Romênia está negociando seu ingresso na UE. Em Budapeste, o porta-voz do Ministério Ambiental, Janos Boberly, tinha dito nesta quarta que 100 toneladas de cianureto foram derramados no rio Lapus, na Romênia. Phil Evers, titular da empresa de mineraçao, defendeu-se dizendo que nao havia provas de que grandes quantidades de peixes teriam morrido envenenados pelo cianureto.

Uma comissao de especialistas de ambos os países está estudiando a causa do derrame, e funcionários estrangeiros se negam a atribuir culpas antes de terminar a investigaçao. A Organizaçao Mundial da Saúde expressou seu receio de que tenha havido derrame de metais pesados, como o chumbo, por exemplo, o que significa uma ameaça potencialmente muito maior para a saúde.




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